O 4° Congresso da União Municipal dos Estudantes de Armação dos Búzios ocorreu nesta quarta-feira (11) e reuniu os estudantes da cidade para debaterem os desafios e perspectivas da educação pública buziana.
Gabriel Senna | Redação RJ
JUVENTUDE – A UMEAB, entidade que representa os estudantes de Armação dos Búzios, realizou seu 4° Congresso no Colégio Estadual João de Oliveira Botas, nesta quarta-feira, no dia 11 e contou com a presença de estudantes de outras 5 escolas municipais.
O Congresso debateu os desafios que os estudantes enfrentam no dia a dia, como a falta de passe livre, a pouca estrutura material nas escolas, a ausência de segurança pública e a escalada do feminicídio com as estudantes.
A UMEAB é uma entidade muito importante para as lutas populares e estudantis na cidade. Foi ela que garantiu que houvesse eleições para os diretores, a implementação do passe livre, reformas nas escolas e etc. A sua continuação e renovação significa a perpetuação dessas lutas.
Num país em que, de acordo com a Unicef, mais de 13 milhões de crianças e adolescentes convivem com algum grau de insegurança alimentar, na cidade de Armação dos Búzios, o panorama não é diferente: mais de 60% da juventude está fora das escolas trabalhando nas praias, atendendo turistas, quando deveria estar nos espaços de ensino estudando e se profissionalizando.
Armação dos Búzios também figura entre as 5 cidades com maiores índices de feminicídio do Estado do Rio de Janeiro. O Botas, nome cujo é conhecido o colégio que sediou o Congresso, era o local de estudo da jovem Ana Carolina, de 18 anos, vítima de feminicídio e que até o dia de hoje, não houve justiça para o seu caso. Como atividade congressual, os estudantes organizaram um ato simbólico em sua homenagem, pedindo justiça e fim da violência de gênero no nosso país.
Presença de outras entidades marcaram o 4° Congresso
Representações da AERJ, UBES e SEPE-Lagos também estavam presentes para prestigiar a eleição de uma nova diretoria e presidência da entidade que irá tocar muitas lutas na cidade. Só a luta conjunta dos estudantes é capaz de resolver os problemas específicos de cada escola e conscientizar os alunos da necessidade de construir uma rede de ensino mais democrática, em que os estudantes tenham voz e vez.
Por fim, Maria Vitória Sotinho, a nova presidenta da UMEAB eleita pelo Congresso, de 18 anos, estudante do Botas e moradora do bairro Baía Formosa, que se localiza na periferia da cidade, em entrevista ao Jornal A Verdade, fala um pouco sobre o Congresso:
“Nós estudantes da Armação dos Búzios precisamos nos organizar para reivindicar os nossos direitos e a UMEAB é importante por isso, pois ela que vai garantir o espaço para que os estudantes possam falar das suas insatisfações com tudo que é imposto para gente, como por exemplo, o novo ensino médio, que tira a carga horária das matérias básicas. A UMEAB já tem uma história linda e de muita luta no município, como as ocupações nas escolas Paulo Freire e João de Oliveira Botas para que elas não fechassem e é por isso que os estudantes precisam lutar para que esse direito de estudar, que é um direito tão básico, não seja arrancado da população buziana”.