Redação DF
No dia 24 de outubro, renasceu a Casa Ieda Santos Delgado na capital do país. Agora, a Casa Ieda está reaberta, fruto de uma reocupação bem planejada, dando função social a um imóvel que há anos estava abandonado. Agora, as mulheres vítimas de violência no Distrito Federal contam com um espaço onde podem ser acolhidas, garantindo sua integridade física e recebendo apoio psicológico, jurídico e assistência social. Além disso, a Casa trabalha para conscientizar estas mulheres do seu papel na sociedade, mostrando-lhes que, unidas e organizadas, podem transformar a realidade.
A primeira experiência da Casa Ieda foi despejada com muita violência no dia 21 de novembro de 2022, por ordem do governador do Distrito Federal, o milionário Ibaneis Rocha (MDB). Além de destelharem a casa, quebraram portões e paredes, praticamente destruíram as instalações físicas.
O argumento do Governo é que já tem equipamentos suficiente para dar o suporte necessário às mulheres que estão sofrendo violência. “Quando fomos brutalmente desocupadas no ano passado, o governo afirmava que já tinha aparelhos suficientes e que a vida das mulheres já estava sendo garantida. Porém, neste ano, vimos que isso não passa de uma farsa, pois houve um aumento de 70% dos feminicídios no DF”, critica Natty Mendes, coordenadora da Casa Ieda.
Mas as mulheres não se intimidaram: já no outro dia, mesmo com carro de polícia em frente ao local, a casa foi reocupada, mostrando grande ousadia e determinação. Um mês depois, demonstrando total intransigência, o GDF novamente desalojou as mulheres com dezenas de policiais e uma total disposição de destruir a Casa Ieda. Achavam que, com isso, iriam destruir também o Movimento de Mulheres Olga Benario.
Doce ilusão, o Movimento, neste período, só se fortaleceu. Mesmo sem espaço físico, mas com muita disposição de luta, construiu a Casa Ieda Itinerante, que visitou várias regiões da periferia com postos de atendimento para levar apoio psicológico, jurídico, médico e assistência social às mulheres. Além de manter o acompanhamento às mulheres utilizando sedes de movimentos parceiros e de forma online.
E não parou por aí: O Movimento Olga Benario ainda organizou o grande 3º Encontro de Mulheres da América Latina e do Caribe, na UnB, onde reuniu mais de mil mulheres de 11 países e 21 estados brasileiros para debater a organização, a luta das mulheres e uma grande troca de experiências.
Assim, o Movimento de Mulheres Olga Benario dá um exemplo de como enfrentar as opressões: construindo ocupações que denunciam o aumento da violência contra as mulheres e o descaso do Estado, salvando vidas e, principalmente, organizando mais mulheres para a construção de uma sociedade socialista.