O evento fez parte da 20° Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e teve como objetivo esclarecer os tipos de assédio e propor políticas de combate. A conversa também marcou o início da jornada de luta contra o assédio nas escolas e universidades, que ocorre em novembro.
Movimento de Mulheres Olga Benário | Garanhuns – PE
No dia 19 de outubro, o Movimento de Mulheres Olga Benário realizou uma roda de conversa com os estudantes do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Campus Garanhuns. O tema abordado na conversa foi “Assédio moral, sexual e discriminação: a cultura da violência e seus aspectos sobre a saúde física e psíquica” e aconteceu durante a 20° Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
O evento, organizado pelo Movimento Olga Benário, em parceria com os movimentos estudantis Rebele-se e Correnteza, contou com a participação da presidenta da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), Jéssica Nathália, da representante do Olga Benário em Garanhuns, Ana Izabel, e da representante do Movimento Rebele-se, Suelem Karine. A proposta da conversa foi esclarecer e exemplificar os tipos de assédio e propor políticas de combate a todos os tipos de violência contra mulheres estudantes das escolas e universidades em todo o país.
A discussão sobre assédio e violência contra mulher deve fazer parte do cotidiano das escolas e universidades, para que, desse modo, seja possível identificar formas de combate. Assim, pode-se considerar que o evento no IFPE deu início à jornada de luta de combate ao assédio, nas escolas e universidades, que ocorrerá em novembro e será promovida pelo Movimento Olga Benário em conjunto com os movimentos estudantis.
Ações como esta são extremamente necessárias em um país que lidera o ranking mundial de feminicídio, sobretudo de mulheres pretas e travestis. A cultura patriarcal ainda é visceral na população brasileira e se expressa na opressão contra as mulheres até mesmo em ambientes acadêmicos, uma vez que elas ocupam cerca de 60% das vagas nas instituições. Infelizmente, os dados sobre violências contra a mulher nas escolas e universidades são desanimadores. Aproximadamente 67% das estudantes relataram assédios no âmbito escolar, 56% das estudantes sofreram abuso sexual nas instituições por parte de professores, alunos ou servidores e 36% das estudantes abandonaram seus cursos por medo.
Sabe-se que historicamente o capitalismo é um modelo econômico que se mantém da exploração e do trabalho das mulheres, muitas vezes não remunerado, para o acúmulo de riquezas. Nesse contexto, o machismo, presente na sociedade brasileira, compreende que as mulheres se encontram em posição de desvantagem em relação aos homens, que se consideram proprietários dos nossos corpos. Esse pensamento se revela nos atos de violência contra nossas vidas e é necessário o combate ao capitalismo, machismo e patriarcado para que, enfim, estejamos libertas.
Por tudo isso, o Movimento de Mulheres Olga Benário, o Movimento Rebele-se e o Movimento Correnteza, defendem que os agressores sejam afastados dos campi e das aulas, protegendo e preservando as vítimas; que hajam regulamentos específicos nas universidades para proteger as mulheres do assédio e garantir a permanência das vítimas nas instituições de ensino; a criação de Grupos de Trabalho para elaborar e implementar um espaço de acolhimento às mulheres vítimas de violência, entre diversas propostas de combate ao assédio nas escolas e universidades.
Junte-se ao Movimento de Mulheres Olga Benário nessa luta!
Continuemos na luta pelo bom, pelo justo, pelo melhor do mundo!