Indira Xavier | Redação
“Você chama isso de igualdade?”. Este foi o lema da greve na Islândia, no dia 24 de outubro. A data marca os 50 anos em que as mulheres islandesas iniciaram sua jornada por igualdade no mundo do trabalho. A paralisação foi convocada por 45 sindicatos e organizações e teve a adesão milhares de mulheres do país.
A Islândia é um pequeno país nórdico, com menos 400 mil habitantes, considerado com o país com a maior igualdade de gênero do mundo. No entanto, as mulheres possuem uma renda média 21% inferior aos homens.
Na capital, Reykjavík, onde 75% de todo o funcionalismo público é feminino, creches, escolas, transportes públicos e bancos tiveram seus serviços suspensos. O maior hospital público teve que suspender procedimentos médicos por ausência de profissionais, visto que 80% são mulheres. O aeroporto também teve que suspender voos. Até a primeira ministra cruzou os braços e suspendeu todos os seus compromissos de trabalho no dia da greve.
50 anos da primeira greve
Fruto das mobilizações dos anos 1970, a Islândia elegeu, em 1980, a primeira mulher presidenta do país – também a primeira eleita democraticamente na Europa. Não só isso. Iniciou um processo de mudança de consciência e de maior participação política de gênero. À época, o país contava com apenas 5% de mulheres parlamentares. Hoje, são 44%.
A greve também marca agora uma importante luta das mulheres contra a violência de gênero: cerca de 40% das mulheres já foram vítimas. Com o avanço da luta, o país tem ampliado programas de denúncias e acolhimento às mulheres.
Sem dúvida, este é um importante exemplo das trabalhadoras islandesas para todas as mulheres do mundo.