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domingo, 28 de abril de 2024

Ocupação Cleone Santos por vida digna às mulheres

No último dia 16 de novembro, o Movimento de Mulheres Olga Benario ocupou um imóvel abandonado, que não cumpria função social, na cidade de São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista, para dar vida à Ocupação Cleone Santos.

Redação


MULHERES – Cleone Santos foi uma mulher preta, operária, que lutou junto aos sindicatos, mas que, após perder o emprego, teve que se prostituir para sobreviver. Passou então a organizar as lutas em defesa das mulheres que se prostituem, formando o Coletivo Mulheres da Luz. Além disso, Cleone foi coordenadora do Centro de Referência de Diadema, outra cidade do ABC Paulista. Ela acreditava na luta popular e na organização das mulheres, por isso, fez questão de visitar a Casa Carolina Maria de Jesus, onde seu apoio e conselhos foram fundamentais para a construção da luta do Movimento.

A cidade que tem como prefeito Orlando Morando (PSDB), que acumula denúncias junto ao Ministério Público e à ONU por práticas racistas e fascistas: despejos ilegais durante a pandemia; por retirar o direito das mulheres de acessarem as casas abrigo da região; fechamento de creches.

Não à toa, São Bernardo chegou a ter dois casos de feminicídio num intervalo de dois dias e um aumento nos casos de estupro, que passou nove casos, em agosto, para 22, em setembro.

Por tudo isso, e em celebração ao 25 de Novembro – Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência contra as Mulheres, foi realizada a Ocupação Cleone Santos com o lema “Pelas vidas das mulheres e das crianças!”. O Movimento Olga Benario exige ainda uma secretária da Mulher; fim do fechamento de creches e construção de um espaço de acolhimento às mulheres.

A ocupação tem recebido apoio e muita solidariedade, sobretudo dos vizinhos. “Pensamos que era vandalismo. Só nos disseram que vocês estavam ocupando, mas não falaram o porquê. A Polícia não presta pra nada! Quando é pra defender as mulheres e crianças, não fazem nada. Agora, pra tirar as mulheres da ocupação pra fazer acolhimento, eles aparecem bem rapidinho”, denuncia uma das vizinhas.

Matéria publicada na edição nº 283 do Jornal A Verdade.

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