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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

20ª Jornada de Agroecologia de Curitiba valoriza pequeno agricultor e contrapõe agronegócio

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As jornadas de agroecologia surgiram em 2001, como uma coalizão de movimentos que se contrapõe ao agronegócio e se propõem a fortalecer a luta contra a concentração de terra na mão de poucas pessoas, para que pertença a todos que trabalham.

Redação PR


Entre os dias 22 e 26 de novembro aconteceu a 20ª Jornada de Agroecologia na cidade de Curitiba. Durante estes dias, o pátio da Universidade Federal do Paraná e toda a cidade foram tomados pelos sotaques do interior e litoral, pelos cantos dos povos indígenas, pelo cheiro dos alimentos preparados e pelas bebidas produzidas pelo campo. A paisagem urbana foi tomada pela visão de produtos agrícolas, camponeses e povos originários, militantes, artesãos e agricultores de diversas partes do estado e do país.

As jornadas de agroecologia surgiram em 2001, como uma coalizão de movimentos que se contrapõe ao agronegócio e se propõem a fortalecer a luta contra a concentração de terra na mão de poucas pessoas, para que pertença a todos que trabalham.

Agroecologia propõe novo modelo de produção para o campo

A agroecologia surge da integração entre agronomia e ecologia. Enquanto a primeira foca em processos e métodos voltados ao comércio, a ecologia é uma ciência que surge para compreender e descrever os processos ecossistêmicos do planeta. 

Assim, a agroecologia desenvolve uma atividade comercial, mas baseada em princípios ecológicos, entendendo que a comunhão entre os povos e a Terra é uma questão de sobrevivência da humanidade. E, para isso, almeja a socialização dos meios de produção agrícolas, associados às modernas técnicas e ciências agronômicas para acabar com a fome. 

Nesse sentido, um dos objetivos da agroecologia é fundamentar a soberania alimentar e a justiça social, tanto na teoria quanto na prática. Convergindo com o marxismo-leninismo, busca transformações na sociedade, nas dimensões econômica, social, política, cultural e ética, pois almeja relações justas, solidárias, de liberdade e igualdade, respeitando as diversidades culturais. 

Desse modo, a agroecologia se apresenta como um contraponto ao agronegócio, pois diversifica o cultivo de plantas em uma mesma área e ao longo do tempo, garantindo a diversidade de animais e microrganismos e levando à redução drástica do impacto ambiental. Essa maneira de lidar com a terra permite reduzir significativamente a vulnerabilidade à pragas e doenças, aumenta a fertilidade do solo e preserva a biodiversidade, além de utilizar de modo sustentável os recursos naturais, envolvendo uma participação coletiva das comunidades locais e, principalmente, dispensando agrotóxicos. 

Enquanto isso, o agronegócio, modelo de agricultura capitalista, despejou 720 mil toneladas de agrotóxicos no Brasil em 2021. Em 2017, foram mais de 1,8 milhões de estabelecimentos agrícolas usando esses produtos químicos, com 30% deles completamente proibidos na União Europeia. Entre 2010 e 2019, houve um aumento de 109% no registro de intoxicações, das quais, 9.806 foram de crianças entre 0 e 14 anos de idade. Importante lembrar que, o último governo do fascista Jair Bolsonaro foi responsável por liberar 2.182 agrotóxicos em 4 anos, um recorde desde 2003. 

Militantes da Unidade Popular fazem venda recorde do Jornal A Verdade

Foram mais de 900 produtos agroecológicos sendo expostos por mais de 120 grupos durante a jornada de agroecologia. A Unidade Popular esteve presente e contribuiu com produções artísticas socialistas, camisetas e bottons voltados para a luta no campo e dos povos originários, além de livros das Edições Manoel Lisboa. Equipes de brigadistas dos movimentos sociais fizeram turnos durante a semana e, além de ultrapassarem a marca de 100 jornais, estabeleceram relações com lideranças históricas da luta no campo, além de colherem depoimentos de sobreviventes dos porões da ditadura e do genocídio indígena. 

Diego Barbosa (36) militante da Unidade Popular em Curitiba, avalia o trabalho desenvolvido durante a Jornada como um saldo positivo. “A intervenção da Unidade Popular proporcionou um grande entusiasmo entre a militância. O semblante, o comprometimento e entrega de cada militante foram exemplares, cada um contribuindo com todo o seu potencial. Esses sentimentos foram recompensados sobretudo quando, andando pela feira, via-se os visitantes carregando jornais. Esse trabalho proporcionou muitos contatos novos, de pessoas interessadas em conhecer e se filiar ao partido, para construir uma nova sociedade, dirigida pelos trabalhadores do campo e da cidade, justa, solidária, com alimentos saudáveis e sem fome”, diz o filiado.

 

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