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terça-feira, 30 de abril de 2024

O que é a Conib e por que ela persegue quem luta a favor dos palestinos?

Confederação Israelita do Brasil atua como lobby de uma potência estrangeira no Brasil, perseguindo opositores com o apoio da extrema direita fascista brasileira, os que lutam pela paz e autodeterminação do povo palestino. É o caso de Breno Altman, José Genoíno e outras figuras públicas que estão sendo vítimas de assédio judicial pela entidade.

Erick Padovan | Campinas (SP)


INTERNACIONAL – Fundada em 1948, a Conib se autointitula como “…o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.”, segundo dados do próprio site da entidade. A própria Conib cita que defende valores como a paz, democracia, justiça social e o combate à intolerância e o terrorismo, se autodenomina “apartidária”. Ao mesmo tempo que defende abertamente uma ideologia que é responsável pela constituição do atual Estado de Israel – o Sionismo.

O Sionismo é uma ideologia supremacista e colonial, idealizada pelo jornalista judeu-húngaro Theodor Herzl, no final do século XIX. Historicamente, este ideologia tem posições comparáveis ao fascismo alemão (Nazismo) e a regimes de segregação social (Apartheid) como o que predominou por décadas na África do Sul, pois defende a limpeza étnica do povo palestino da região onde hoje se encontra o Estado de Israel.

Esta é uma ideologia de caráter burguês que prega a supremacia étnica do povo judeu sobre o povo árabe e o colonialismo pela ocupação forçada de terras palestinas. O sionismo é considerado uma ideologia nacionalista, racista e fascista, que fundamenta a ocupação de judeus no território palestino desde antes de 1948, quando a ONU aprovou a criação do Estado sionista de Israel.

A Conib também exalta em suas redes sociais e site a frase “Somos a comunidade judaica no Brasil”. Será que a CONIB e suas posições realmente representam a comunidade judaica no Brasil?

É sabido internacionalmente que o sionismo, apesar de ser a ideologia mais aceita na sociedade israelense atual, não é unanimidade, até mesmo entre a população judaica no mundo. Em Israel, cidadãos comuns e até judeus religiosos ultra-ortodoxos que se opõem à ideologia racista sionista são tratados como inimigos, perseguidos, presos e violentados, os antissionistas denunciam as práticas do Estado de Israel.

Quais são as relações políticas da CONIB no Brasil?

Nos últimos anos foi visível o avanço do dito “sionismo cristão”, movimento fundamentalista evangélico que reivindica as tradições judaicas se alimentando da ideologia supremacista sionista, mesmo que em Israel os cristãos não sejam bem vindos em pontos sagrados. Esse sionismo cristão foi uma das bases que sustentou o governo fascista de Jair Bolsonaro (PL) e sua bancada evangélica, uma das maiores bancadas no Congresso Nacional. 

Agora com mais uma retomada violenta das ocupações israelenses e o consequente genocídio, os sionistas se articulam politicamente com aliados do ex-presidente e com políticos reacionários para impedir manifestações públicas de apoio ao povo palestino e escritos jornalísticos que não agradem ao sionismo. Até mesmo se articulam para se posicionarem contra o Estado brasileiro, que recentemente apoiou publicamente a denúncia da África do Sul no Tribunal Penal Internacional contra o Estado de Israel sob a acusação de genocídio.

A Conib então representa uma parcela estreita da sociedade brasileira, parcela que se identifica com valores burgueses e reacionários, intimamente ligados com o fascismo nacional e internacional. Atualmente, quem essa organização está tentando perseguir no Brasil?

A Confederação Israelita do Brasil adotou uma postura ofensiva após o Estado genocida de Israel investir militarmente contra o povo palestino no final do ano de 2023. A Conib passou a articular um lobby com a mídia burguesa e o judiciário brasileiro para tentar censurar e punir pessoas ou organizações que se posicionem contrárias ao sionismo. 

O jornalista Breno Altman (Opera Mundi), a diplomata brasileira no Qatar Claudia Assaf e o ex-deputado José Genuíno (PT) foram exemplos das perseguições da CONIB, em que se tentou imputar crime de racismo alegando que estes tiveram posicionamentos “antissemitas”. A estratégia dos sionistas para se protegerem das acusações de genocídio é acusar os que os denunciam de “antissemitas”, numa tentativa de se blindarem.

A entidade ainda desferiu críticas públicas às posições adotadas pelo Estado brasileiro sob o governo Lula e posicionamentos da presidente do PT Gleisi Hoffman sobre as práticas de genocídio de Israel e o apoio do Brasil à denúncia da África do Sul.

Para comprovar a tentativa de criar um lobby judicial no Brasil, a CONIB em conjunto com a organização Stand With US Brazil, organizou um convite à ministros do Superior Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para uma ida à Israel para verem pessoalmente os “danos” ao Estado de Israel. O ministro do STF André Mendonça aceitou o convite, juntamente com outros ministros de outras cortes. 

No caso de Breno Altman, a situação é ainda mais grave, pois ele próprio é judeu. Esta é a regra das organizações sionistas em relação aos judeus que se posicionam contra o sionismo israelense e contra a própria existência do Estado de Israel, como é o caso de Altman, editor do site “Opera Mundi”. A entidade sionista já pediu a prisão e a censura completa do trabalho de Altman.

Altman foi um dos jornalistas brasileiros que denuncia todos os dias o genocídio em curso na Palestina, emitindo matérias de cunho totalmente contrárias às das grandes mídias, como Globo, CNN, Record, SBT, Bandeirantes e Estadão, estas mídias são financiadas diretamente pelo imperialismo estadunidense, e seus interesses então representam diretamente os daquele país que sustentam a política racista de Israel.

Ele passou então a ser perseguido por judeus sionistas no Brasil, por ser uma das vozes que apresenta a verdade sobre o Estado de Israel. A Conib, entidade que diz representar todos os judeus no Brasil, ingressou com várias acusações na justiça contra o jornalista, o acusando de antissemitismo. Então aparentemente a CONIB não representa todos os judeus no Brasil, mas apenas os que aderem à ideologia sionista e a financiam.

A CONIB então tem um claro posicionamento, defende o Estado genocida de Israel, o massacre palestino, os crimes de guerra, a ocupação ilegal, o assassinato de crianças palestinas, práticas de tortura contra prisioneiros, violação de covas, atentados em estruturas de hospitais e campos de refugiados, extensão do conflito para outros países como Líbano e Iêmen, o fim do Estado Palestino, a aniquilação de um povo. Esse posicionamento confere a esta entidade alguma legitimidade para as ações que realiza? Não era a CONIB que defendia democracia, justiça social e paz? Por que então persegue os brasileiros que lutam pelo cessar-fogo em Gaza?

Os números atualizados do massacre do Estado de Israel sobre o povo palestino atualizados no dia 05 de Fevereiro mostram na Faixa de Gaza: mais de 27.000 pessoas assassinadas, dentre estas mais de 11.500 são crianças; mais de 66.000 pessoas foram feridas nos ataques do estado sionista, mais de 8.000 são crianças. Já no território palestino da Cisjordânia, onde a organização Hamas não tem tanta influência política os números atualizados são: 383 mortos, destes mais de 100 são crianças; 4.250 pessoas feridas.

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2 COMENTÁRIOS

  1. O Estado Sionista de Irael é no momento a expressão mais aberta e declarada do fascismo no planeta. A luta do povo palestino é mais que justa, é necessária a todos os povos oprimidos da Terra. Libertação, já!

  2. Solidariedade ao camarada Breno Altman e todos os companheiros perseguidos pelas organizações sionistas. Palestina livre já!

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