MLC na luta pelos direitos das mulheres trabalhadoras

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Camila Félix | MLC – Sergipe


TRABALHADORAS – Somos muitas, mas ainda somos poucas! Essa frase é muito significativa quando pensamos nas mulheres ocupando os espaços de poder. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), de 2021, o número de mulheres no Brasil é superior ao de homens, totalizando 51,1% de mulheres.

Somos a maioria da população, mas ainda temos dificuldade de adentrar e permanecer nos sindicatos, nas direções dos campi e das reitorias das instituições de ensino, nos Governos Estaduais, nas Câmaras, na Presidência do país, etc. Isso ainda acontece em pleno século 21 e, portanto, o que nos resta é a luta para mudar essa realidade.

Movimento sindical

Fruto de muito trabalho do Movimento Luta de Classes (MLC) na base, o Sinasefe – Seção IFBA/CMS avançou e muito! Tivemos a maior delegação de mulheres no 2º Encontro de Mulheres do Sinasefe em Brasília (novembro de 2019) e no 3º Encontro de Mulheres em Fortaleza (agosto de 2022).

Em 2020, foi criado o 1º Edital de Mulheres do Sinsefe – Seção IFBA/CMS, com a aprovação de cinco projetos voltados a atividades culturais e esportivas. Essa ação é uma realidade na Seção e hoje está em sua terceira edição, com o total de 40 projetos já contemplados. Essas ações, bem como o Julho das Pretas, editais Novembro Negro a e participação em encontros nacionais, como o Encontro de Negras, Negos, Indígenas e Quilombolas – Enniq, têm aproximado as mulheres sindicalistas, mostrando-as que é possível ocupar esse espaço tão masculinizado.

Outra pauta defendida pelo MLC é a garantia para que filhas e filhos de sindicalizados participem das ações sindicais, com o lema “Formação política? Que tal começar com o Sinasefinho?”. Essa proposta trouxe reflexões sobre a dificuldade da participação das mulheres que têm filhas e filhos e a importância da rede de apoio para que a mulher possa atuar no movimento sindical.

Acreditamos que uma sociedade justa se faz com igualdade de condições, onde possamos ser cuidadores e atores nas resoluções e decisões sindicais. Que a inclusão das filhas e filhos possa significar uma experiência para que, no futuro, eles se tornem atores nas conquistas sindicais e que tenham vivência para tomarem decisões quando adultos, conquistando sindicatos fortes, justos e solidários. A formação política precisa começar cedo, mas, para isso, precisamos de estrutura física, pedagógica e política, e um espaço de convívio que remeta à importante dos pais em estarem participando das decisões sindicais.

Como sindicato da área de Educação, precisamos promover espaços seguros e de formação também para os pequenos, onde a criança possa aprender brincando e, assim, se tornar um ser crítico, conhecedor dos seus direitos. E, para que mães e pais participem ativamente das lutas sindicais é preciso garantir uma estrutura que permita o bem-estar e segurança de seus filhos durante a atividade sindical (congressos, encontros, reuniões, etc.).

Neste mês de março, em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, torna-se oportuna a reflexão sobre o papel da mulher trabalhadora e as condições para que ela queira entrar e permanecer na luta. Assim, somando forças na construção de uma nova sociedade, justa e socialista!

Queremos um sindicato sem agressões, opressões, tentativas de boicote, desqualificações e desrespeito às mulheres em assembleias, nas redes digitais, nas ligações para as funcionárias, enfim, em qualquer espaço! Vamos avançar na luta de classes e conquistar uma sociedade justa e igualitária! Abaixo a misoginia!

Matéria publicada na edição nº 287 do Jornal A Verdade.