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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

No Brasil e no mundo, classe trabalhadora sai às ruas contra a exploração no 1º de Maio

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Classe trabalhadora mundial foi as ruas denunciar o imperialismo, o fascismo e os ataques aos direitos dos trabalhadores. No Brasil, o MLC e a UP foram às periferias das grandes cidades defender aumento geral nos salários, redução da jornada de trabalho e a prisão para todos os fascistas e golpistas comparsas de Bolsonaro.

Coord. Nacional do MLC e Redação


TRABALHADORES – Em todo Brasil e no mundo, milhões de trabalhadores foram às ruas celebrar o Primeiro de Maio e defender seus direitos. Com manifestações expressivas em países como a Argentina, Colômbia, França e Turquia, a classe trabalhadora saiu às ruas para denunciar a exploração capitalista, o corte nos direitos trabalhistas e a piora nas condições de vida do povo.
No Brasil, houve manifestações em várias cidades e a militância do Movimento Luta de Classes e da Unidade Popular foi às ruas dos bairros pobres denunciar os ataques dos fascistas contra os trabalhadores. Atos expressivos ocorreram na periferia de Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e no ABC Paulista.
Na França, mais de 50 pessoas foram presas em confronto com a polícia de Paris. O mesmo ocorreu com 200 trabalhadores que se manifestava contra o governo autoritário de Recep Erdogan, na Turquia. Em Bogotá, na Colômbia, diante de milhares de pessoas o presidente Gustavo Petro anunciou o rompimento total de todas as relações diplomáticas com o Estado terrorista de Israel.

Deter as reformas e o fascismo

Com o avanço das políticas neoliberais, ora adotadas por governos de direita, ora por governos sociais democratas, em diversos países percebemos mudanças nas leis trabalhistas. É o caso da “Reforma” Trabalhista e da Previdência no Brasil, a limitação das aposentadorias na França ou, mais recentemente, o arrocho salarial na Argentina.
Todas essas mudanças acontecem com o objetivo de maximizar os lucros das elites e cria um cenário, onde apenas 1% da população mundial concentrou mais da metade da riqueza produzida nos últimos anos. Se de um lado cresce a riqueza dos que já são muito ricos, no polo oposto cresce a miséria, para os verdadeiros produtores de toda a riqueza da sociedade, os trabalhadores! Problemas como a fome afligem quase 1 bilhão de pessoas no mundo, segundo a ONU, isso em uma sociedade que produz quantidade suficiente para alimentar toda a população mundial sete vezes.
As mulheres trabalhadoras se encontram muitas vezes em condições ainda mais duras, a diferença salarial chega 60% de diferença de salário entre um homem branco e uma mulher negra, segundo o IBGE. Isso tudo numa realidade de jornada dupla e tripla, onde a maior parte do trabalho feminino não é remunerada.
Na Turquia, milhares de trabalhadores foram às ruas contra governo autoritário e reacionário de Recep Erdogan. Foto: Murat Uysal/Evrensel

Luta antifascista e anti-imperialista no Brasil e no mundo

A luta da classe trabalhadora em todo o mundo no dia de hoje lembrou a necessidade de derrubada do fascismo e do imperialismo. Afinal, dentro do capitalismo, os regimes totalitários e violentos são sempre uma opção, já que para a burguesia o que vale é o lucro, independente de quanto sangue inocente precisa ser derramado.
Conflitos inter-imperialistas e o massacre do povo palestino por Israel, que já matou 34 mil pessoas, desenham um futuro de guerras para o mundo que precisa ser detido. Afinal, nas guerras de rapina o que temos são trabalhadores se matando para no final das contas prevalecer o interesse econômico das elites.
O Brasil vive um processo de crescimento da informalidade no mundo do trabalho, hoje em nosso país mais da metade da população apta ao trabalho está vivendo de bicos, uberizada ou pejotizada, por outro lado, apenas um terço da classe trabalhadora brasileira tem carteira assinada.
O discurso de empreendedorismo é alimentado pela imprensa burguesa como alternativa para o enriquecimento dos trabalhadores, mas a realidade é que 2/3 dos MEIs são empresas com apenas um empregado registrado, onde o trabalhador deixa de ter os direitos garantido na CLT.
A carestia tem sido outro grave problema, ano após ano o custo de vida tem disparado e os salários permanecem praticamente congelados, acabando com o poder de compra dos trabalhadores. Segundo dados do DIEESE o salário mínimo necessários para os brasileiros é deveria ser de R$6.438, mas hoje o valor é de R$ 1.412. Para 2025, o Governo Federal prevê aumento para apenas R$ 1.502,00. O mesmo Estado que mantem intacto o mecanismo da dívida pública que todo ano entrega quase metade do orçamento do país a banqueiros com o pagamento de juros e amortização da dívida pública.
Outro ponto que os atos do Primeiro de Maio no Brasil lembraram foi a realidade de adoecimento mental e físico tem causado grande perda a nossa classe e entre as principais razões está a sobrecarga de trabalho. A luta pela redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1 é algo urgente. Além do tempo de trabalho se deslocar nas grandes capitais consome em média mais de 7h por semana dos trabalhadores. Para a mulher trabalhadora a situação é ainda pior, estimasse que mulheres trabalham em média 7,5h a mais por semana que homens, devido ao acumulo nas tarefas domésticas.
Além das pautas econômicas a luta pela prisão de Bolsonaro, dos generais golpistas e dos burgueses que financiaram a tentativa de golpe militar em janeiro de 2023 também estiveram entre as principais bandeiras de luta levantadas pelo MLC e pela UP em todo país.

As origens do Primeiro de Maio

O dia 1º de maio tornou-se um dia de luta da classe trabalhadora ao redor mundo quando em 1º de maio de 1886 operários de Chicago realizaram uma grande greve pela jornada diária de 8 horas de trabalho. Na ocasião a luta foi duramente reprimida e dezenas de trabalhadores foram mortos e feridos. Três anos depois, em um congresso internacional na França, foi instituído o 1º de Maio como o Dia dos Trabalhadores e a partir desse exemplo se iniciou uma jornada de luta em várias partes do mundo pela redução da jornada de trabalho.
No Brasil mesmo antes da criação da CLT, que em 1943 instituiu a jornada de 8h diária e 48h semanal no nosso país, diversas categorias haviam conquistado o direito a uma jornada menor fruto das greves, como por exemplo, algumas categorias da indústria de São Paulo, que após diversas greves conquistaram a jornada de 8h diárias, já em 1917, após a primeira greve geral da nossa história. Na ocasião era comum que se trabalhasse até 14h por dia, mas havia em todo o mundo bastante enfrentamento do movimento sindical em torno dessa pauta.
Com a Revolução Russa de 1917 e a criação do bloco socialista, a classe trabalhadora mundial viu que é possível viver com dignidade, sem exploração e sem patrão. Em vários países socialistas, a jornada de trabalho chegou a ser reduzida para 7 ou 6h diárias. Os salários não eram pagos para garantir apenas o básico, mas para dar condições dignas a família de cada pessoa a ter acesso à alimentação, saúde, educação, lazer, cultura e esporte.
O trabalho social de toda classe trabalhadora era apropriado pelo conjunto da sociedade, não por um punhado de ricaços, como acontece no mundo capitalista. Hoje, trabalhamos todos os dias por um salário mínimo que mal dar para comer, enquanto os bilionários continuam cada vez mais ricos.
O Primeiro de Maio hoje em todo mundo relembrou esta história e apontou para um futuro de lutas contra as investidas da burguesia contra nossos direitos e pela derrubada completa deste sistema de exploração que até hoje só nos entregou miséria, fascismo e guerras. No mundo todo, em mais um Primeiro de Maio, foi levantada bem alta a bandeira do antifascismo e do socialismo.
Viva o Primeiro de Maio!
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