Nos últimos meses, a redação do jornal A Verdade vem cobrindo a greve da educação federal, em que servidores técnicos-administrativos, estudantes e professores lutam pela recomposição do orçamento da Educação e por melhorias salariais. Nesta terça-feira (11/6), as categorias realizaram em Santo André (SP) mais uma manifestação para pressionar o Governo a negociar. A seguir, reproduzimos release difundido pelos servidores em luta da UFABC
Redação
Em greve há 3 meses, servidores da educação federal realizam atos e manifestações para cumprir agenda da greve em defesa da educação em mais uma semana de negociação com o governo federal. Dessa vez, o ato aconteceu em Santo André, no ABC Paulista, com servidores e estudantes da Universidade Federal do ABC (UFABC).
Com bloqueio na Avenida dos Estados, em frente ao campus da universidade, o ato acontece em um dia importante para os Técnicos Administrativos em Educação (TAEs), no qual será mais uma negociação entre as entidades representativas da categoria – Federação de Sindicatos de trabalhadores técnico-administrativos (FASUBRA) e Sindicato Nacional que representa os servidores (docentes e técnicos) da Rede Federal de Educação Básica, Técnica e Tecnológica (SINASEFE) com o Ministério de Gestão e Inovação (MGI), que responde pelo Governo Federal.
Os grevistas pedem a recomposição de 10 anos de cortes no orçamento federal da Educação e um reajuste salarial já para 2024. O governo, por sua vez, se nega a dar o reajuste e a recomposição, pois quer a todo custo cumprir as metas de superávit fiscal e garantir o pagamento dos juros da dívida pública aos banqueiros e fundos financeiros, que come metade do orçamento da União.
Segundo Priscilla Santos, TAE na UFABC, “Estamos há 90 dias em greve, por causa da nossa condição de trabalho e nossa condição financeira. Nós temos perdas salariais acumuladas desde 2010, que chegam a 50%, além disso, as nossas carreiras estão muito defasadas. Somos a maior categoria do setor federal e temos as menores médias salariais”
Após a deflagração da greve dos técnicos, somaram-se os professores. Entre as principais reivindicações estão: aumento salarial; reformulação da carreira; recomposição do orçamento das universidades e institutos federais. Ao todo, são quase 70 universidades federais em greve.
De acordo com Felipe Franco, professor da UFABC, “95% da pesquisa produzida no Brasil é feita nas universidades públicas. Durante a pandemia, foram elas que desenvolveram exames diagnósticos de COVID-19, vacinas para prevenir o contágio do vírus! Nossa greve é para defender a ciência e pesquisa também! A proposta feita pelo governo não contempla a grande maioria dos professores, apesar de ter sido propagandeada como uma boa proposta pra nós”.
Além disso, Paulo Pinheiro, vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes acrescenta: “estamos em luta junto com os trabalhadores porque a universidade sofre com a precarização devido a falta de orçamento: goteiras, falta de professores e servidores, o que ocasiona atraso na graduação, falta de auxílio financeiro para os estudantes. Uma estudante desmaiou na sala de aula por excesso de calor e falta de ventilador. A greve tem como pauta a recomposição do orçamento das universidades e institutos federais, por isso é uma greve em defesa da educação!”.
A ação demonstra como os trabalhadores e estudantes estão dispostos a defender a universidade e a educação pública, gratuita e de qualidade; a valorização dos trabalhadores, pesquisadores e estudantes que garantem o desenvolvimento de ciência, tecnologia e pesquisa no país.
A atividade continua no período da manhã nas dependências da UFABC, com uma plenária entre os técnicos, docentes e estudantes. Até o fim da semana, as entidades representativas da universidade planejaram um calendário de atividades da greve.
Informações: Larissa Mayumi (11) 99328-1286