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terça-feira, 30 de julho de 2024

UnB concede diploma póstumo a Honestino Guimarães

O evento contou com a participação do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB, que destacou Honestino Guimarães como símbolo de resistência. Honestino, que foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), foi preso, torturado e morto pela ditadura militar fascista.

Agata Ferreira e Rayson Christopher | Brasília (DF)


JUVENTUDE – Após 51 anos do assassinato do estudante Honestino Guimarães, o Conselho Superior Universitário da Universidade de Brasília (UnB), em sessão no último dia 07 de junho, concedeu diploma póstumo em Geologia a Honestino Guimarães, que foi impedido de terminar seu curso pelos generais fascistas.

O momento de sua diplomação foi marcado por muita comoção. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB, que leva o seu nome, esteve presente fazendo sua intervenção, ressaltando que Honestino é muito mais do que um símbolo de resistência para os estudantes, é inspiração para nossa luta diária pela educação e pelo fim do fascismo no nosso país.

“Esta diplomação cumpre um papel importante na reparação e reconhecimento institucional. Nós, do DCE, que levamos o nome de Honestino, reafirmamos nosso compromisso de manter viva a sua história e suas bandeiras de luta”, afirmou Bárbara Calista, coordenadora-geral do DCE e militante do Movimento Correnteza.

A diplomação de Honestino Guimarães é importante para o movimento estudantil, pois demonstra reconhecimento à dedicação desses que foram ceifados por lutar por liberdade e justiça no Brasil em um momento histórico de sufocamento da educação. As universidades federais foram alvos constantes das repressões realizadas pela ditadura, já que estas instituições concentravam alunos e professores que se opunham fortemente ao regime fascista.

Algumas universidades, como a UnB, UFRN e UFAL promoveram ações de reparação simbólica dos direitos de estudantes que foram assassinados pela ditadura militar. Tais ações contribuem para a luta e devem ser acompanhadas de ações práticas que denunciem o nefasto período da ditadura militar e organizem os estudantes para continuar o legado de seus heróis.

Quem foi Honestino

Honestino, desde o início da sua vida estudantil, dedicava-se lutar por uma escola e uma sociedade justas. Começou sua atuação na Escola Elefante Branco e no Centro Integrado de Ensino Médio (Ciem) onde presidiu o grêmio. 

Em 1966, passa em primeiro lugar para o curso de Geologia. Com a impossibilidade de formar o DCE devido à repressão da ditadura militar instalada em 1964, os estudantes criaram a Federação dos Estudantes Universitários de Brasília (Feub). Pela sua destacada atuação, chegou a ser presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Após uma invasão militar em 1968, foi expulso da universidade e passou anos na clandestinidade, mas não desistiu e continuou organizando a luta, até ser preso, torturado e morto pelos militares.

“A atmosfera era muito agitada e a universidade vivia sob um clima de ameaça constante por parte dos militares. Em 1967, a polícia foi chamada pela própria administração da universidade para reprimir uma manifestação estudantil durante a entrega de uma coleção de livros do governo dos Estados Unidos à biblioteca da UnB.  Em 1968, a UnB foi invadida por forças policiais e militares três vezes”, relata Betty Almeida, então estudante da UnB e autora da obra Paixão de Honestino.

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