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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Grupos da resistência palestina se unem para enfrentar o genocídio executado por Israel

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14 organizações da resistência palestina firmaram um histórico acordo para unificar a luta contra a ocupação sionista e se comprometeram a criar um governo provisório comum para todo o território da Palestina histórica.

Guilherme Arruda e Redação


INTERNACIONAL – Após a Corte Internacional de Justiça (CIJ) se pronunciar sobre a ilegalidade das ações de Israel, 14 organizações da resistência palestina firmaram um histórico acordo para unificar a luta contra a ocupação sionista. Superando a divisão entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, que dura desde 2007, os grupos se comprometeram a criar um governo provisório comum para todo o território da Palestina histórica. 

O acordo carrega um forte simbolismo, afinal, diversos grupos palestinos sustentavam profundas rivalidades entre si. Dentro da resistência palestina se encontram grupos de orientação secular e religiosa, além de grupos comunistas, socialistas e social-democratas. A unidade entre todos eles é também uma demonstração da gravidade do momento que a população de Gaza e da Cisjordânia vive neste momento.

No documento comum que divulgaram, os movimentos saudaram a opinião da Corte Internacional de Justiça e afirmaram que trabalharão para quebrar o cerco de Israel contra Gaza, parar o genocídio, levar ajuda humanitária para a população atacada e reconstruir tudo o que foi destruído pela criminosa agressão sionista, que já matou pelo menos 39 mil palestinos e deixou dois milhões sem casa.

Ainda segundo o acordo, as organizações se comprometem a parar as ilegalidades de Israel expostas pela decisão da Corte. Ou seja, pôr fim à ocupação, retirar os milhares de colonos israelenses que roubam as terras e os recursos naturais de famílias palestinas na Cisjordânia e dar seguimento à criação de um Estado palestino com capital em Jerusalém, cidade hoje completamente ocupada pelo Exército de Israel. Também serão realizadas novas eleições unificadas para eleger uma liderança legítima para esse Estado.

No texto do acordo, os grupos denunciam o apoio dos Estados Unidos “ao Estado ocupante [Israel] e às gangues de colonos”, que cometem violências diárias contra os palestinos, além de reafirmar o direito de retorno que possuem aqueles que foram expulsos de suas casas desde 1948 pela violência sionista. Hoje, pelo menos seis milhões de palestinos vivem em campos de refugiados na própria Palestina e em países vizinhos, como Síria, Líbano e Jordânia.

Entre os movimentos que assinaram o acordo no último dia 21 de julho estão o Fatah, o Hamas e organizações de orientação marxista-leninista, como a Frente Popular de Libertação da Palestina, a Frente Democrática de Libertação da Palestina e o Partido do Povo Palestino.

A unidade em defesa das reivindicações históricas do povo palestino não teria sido possível sem a luta de todos aqueles que mantiveram firme a resistência armada por todos esses anos e será um grande passo adiante para a conquista de uma Palestina livre do rio ao mar.

Tribunal internacional condena ocupação israelense

No último dia 19 de julho, a Corte Internacional de Justiça condenou Israel e considerou ilegal a ocupação militar dos territórios palestinos da Cisjordânia. A Corte também denunciou o que chamou de “fracasso sistemático” do Estado de Israel em conter a violência de colonos na região.

No entanto, o que ocorre atualmente é que o projeto de Israel é concluir a colonização do território da Cisjordânia e ampliar o cerco às grandes cidades palestinas, tais como Jenin e Jericó. As gangues de colonos citadas pela Corte de Haia são financiadas pelo Estado de Israel e partidos políticos fascistas que hoje estão no governo sionista. 

Essas gangues invadem casas de palestinos e os expulsam. No campo, destroem colheitas e derrubam pomares de oliveiras, símbolo da cultura palestina. As gangues também apoiam as operações militares israelenses que prendem palestinos sem qualquer justificativa. Mais de cinco mil palestinos se encontram em prisões israelenses sem acusação de nenhum tipo.

Apesar de ter um caráter consultivo e conter estas contradições, a decisão da CIJ foi mais um passo no isolamento internacional de Israel. A cada dia, fica mais difícil para as potências imperialistas defenderem o Estado sionista. A pressão mundial da classe trabalhadora tem forçado mais instituições internacionais a se posicionarem contra Israel.

A luta, agora, continua para que mais países se posicionem e se inicie um boicote total contra o Estado de Israel. Apesar de todas as condenações, a maioria dos países continua a fazer comércio normalmente com os sionistas, caso do próprio Brasil, que continua importando armas do Exército sionista para usar nas operações dentro de favelas das grandes cidades brasileiras.

Matéria publicada na edição nº 296 do Jornal A Verdade

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