Na negociação coletiva dos bancários, o comando da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF/CUT) se prepara para aceitar a proposta rebaixada de acordo salarial oferecida pelos banqueiros. Em nota, Núcleo de Bancários do Movimento Luta de Classes do DF convoca a categoria a votar NÃO ao acordo e preparar uma forte mobilização grevista
Redação DF
O Núcleo de Bancários do Movimento Luta de Classes do Distrito Federal (MLC-DF) tem a obrigação de revelar a farsa que está sendo vivida neste período de negociações com os bancos. Enquanto o comando nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF/CUT) finge que luta por melhorias, na realidade, eles aceitam qualquer migalha que os bancos oferecem e vendem isso para a categoria como uma grande vitória.
Os sindicatos que tratam esse acordo ridículo como uma vitória acabam desmobilizando a categoria, ao invés de uni-la. Os pelegos estão apenas aceitando as migalhas que os bancos ofereceram sem nem contestar. Falam que lutaram e pressionaram o máximo que deu, mas se recusam a mobilizar a categoria para uma greve.
A conciliação e o medo pelego
O índice de aumento oferecido na proposta da Federação Nacional dos Bancos (FENABAN) que os negociadores do comando nacional propõem que os bancários aceitem prevê um aumento de apenas 0,7% acima da inflação, um aumento inferior até àquele dado pelo governo ao salário mínimo. Isso é uma destruição do histórico de luta da categoria de bancários, que sempre foi vanguarda nas lutas trabalhistas, tendo grandes conquistas históricas, como a jornada de 6 horas. Tudo, claro, sempre arrancado com muita luta.
Já hoje em dia, as mesmas pessoas que deveriam estar à frente dessas lutas são as que dizem que não temos forças e que os funcionários não aderem à greve, mesmo com a própria base implorando por uma mobilização e tomando iniciativa de protestos nos comentários da Internet enquanto aguarda alguma mobilização do sindicato. A direção se perde num discurso derrotista de que não deveríamos nos arriscar a perder o que já foi oferecido e garantir que não perderemos nenhum direito. Enquanto isso, seguem ignorando todas as perdas históricas da categoria, como o fim da licença prêmio, a diminuição dos salários após a implementação do plano real e a perda de planos de saúde na aposentadoria para funcionários contratados após 2018 no Banco do Brasil e na Caixa.
Uma das propostas do acordo específico do Banco do Brasil trata do processo de demissão sem justa causa, que foi considerado legal pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda este ano, uma grande perda para os funcionários de empresas públicas e sociedades de economia mista. Essa proposta tem um texto confuso, pois, apesar do sindicato dizer que ela existe para nos defender da decisão do STF, parece mais que veio para ajudar o banco a abusar disso, sem deixar margem para defesa dos funcionários.
Os sindicatos pelegos insistem em dizer que o texto ainda está sendo analisado e deve sofrer alterações. Mas como podemos votar em uma pauta que não conhecemos?
Nenhum passo atrás
Precisamos ser uma alternativa junto aos bancários! Não temos obrigação de aceitar essa proposta, apesar da indicação das direções sindicais ligadas a CONTRAF/CUT de que deveríamos. Ainda há tempo de votar não na assembleia e garantir uma proposta justa aos bancários que geram tanto lucro com seu trabalho e usufruem tão pouco do mesmo. É preciso lutar para conquistar novos direitos, um aumento digno, como já foi feito no passado pela categoria bancária em diversas ocasiões.
Ao contrário do que as direções pelegas vêm tentando mostrar, a nossa classe tem, sim, muita força, e, mesmo com todos os fatores de desmobilização, a própria base já se mostra mais do que disposta a lutar por melhorias nas nossas condições de trabalho. Portanto, convocamos todos os bancários a VOTAR NÃO para essa proposta e dizer SIM À GREVE.