477 das 564 unidades escolares da Faixa de Gaza já foram destruídas por Israel deste outubro de 2023, revelam dados das Nações Unidas. Todas as 12 universidades do enclave palestino também foram bombardeadas.
Guilherme Arruda | Redação SP
Na Palestina, assim como na maioria dos países do Hemisfério Norte, um novo ano escolar deveria começar neste mês de setembro. Porém, 85% das escolas da Faixa de Gaza foram destruídas ou danificadas pelos bombardeios de Israel desde o início da guerra, segundo informações do Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, o que inviabiliza o início das aulas para as crianças.
Em números concretos, 477 das 564 unidades escolares já foram atingidas pela campanha genocida que as tropas israelenses promovem no enclave palestino desde outubro do ano passado. Pelo menos 625 mil crianças e adolescentes estão sendo afetadas pela destruição do sistema escolar de Gaza, dizem as Nações Unidas.
As cifras revelam a falsidade da alegação feita por Israel de que seu Exército teria invadido a Faixa de Gaza apenas para enfrentar “terroristas”, forma caluniosa dos sionistas se referirem à resistência palestina. Toda a infraestrutura de educação, saúde, transporte e saneamento da Palestina está sendo atingida pela destruição sistemática ordenada pelo primeiro-ministro fascista Benjamin Netanyahu.
Educação palestina na mira
Além das escolas, as instituições de ensino superior também são um alvo da violência do sionismo na atual guerra. Todas as 12 universidades sediadas na Faixa de Gaza foram bombardeadas por Israel, revela o mesmo relatório da ONU. Por conta dessa situação, 88 mil estudantes universitários palestinos se encontram impedidos de continuar sua formação de nível superior.
Apesar do estrangulamento promovido pela ocupação israelense, a Educação na Palestina registrou ótimos resultados nas últimas décadas. Recentemente, a Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, concluiu que “os palestinos têm uma das taxas de alfabetização mais altas do mundo”. As estatísticas mais recentes apontam que há menos de 2% de analfabetismo na nação árabe.
Da mesma forma, a população palestina possui uma das mais altas taxas de pós-graduação de todo o Oriente Médio. Apesar disso, 70% dos mestres e doutores de Gaza estavam desempregados antes da guerra, já que Israel os impede de sair do enclave para trabalhar e levar recursos para suas famílias empobrecidas pelo cerco.
Os ataques contra 85% das escolas e 100% das universidades de Gaza indicam que a intenção do governo de Netanyahu nesse genocídio que já custou a vida de mais de 40 mil palestinos, além de matar o máximo possível, é negar o direito à educação daqueles que sobreviverem.
Em todo o mundo, o povo têm organizado grandes manifestações contra essas demonstrações da desumana violência israelense e pela liberdade da Palestina. No Brasil, a Unidade Popular (UP) aprovou moção em solidariedade ao povo palestino em seu último congresso e seus militantes estão participando ativamente das mobilizações de denúncia dos crimes de Israel na Faixa de Gaza.
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