Os debates do encontro giraram em torno dos conflitos interimperialistas, como guerras, intervenções e golpes, o avanço do fascismo, o genocídio na Palestina e os desafios na organização da juventude mundial.
Rafael Morais | República Dominicana
INTERNACIONAL – Entre os dias 18 e 25 de agosto, a República Dominicana foi palco de um importante evento internacional: o 28° Encontro Internacional da Juventude Democrática, Antifascista e Anti-imperialista (EIJDAA), promovido pela Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxistas-Leninistas (CIPOML). O encontro reuniu delegações do Brasil, Equador, Haiti, Turquia, Alemanha, Estados Unidos, Porto Rico, México, Espanha e República Dominicana. O Brasil foi representado pela União da Juventude Rebelião (UJR), que enviou uma delegação com 11 camaradas de todas as regiões do país, sendo sua maior participação neste evento.
Entre os participantes brasileiros, estava Leonardo de Paula, de São Paulo, vencedor da campanha de emulação promovida pela UJR. “A campanha de emulação foi um verdadeiro trabalho coletivo. A experiência foi muito desafiadora, pois fez crescer consideravelmente nosso trabalho com o Jornal através das brigadas e reforçou nossa coesão. Encaramos a tarefa de forma coletiva em cada região”, disse Leo.
Além da campanha de emulação, a UJR promoveu uma intensa preparação de sua delegação ao EIJDAA, com estudos sobre a conjuntura política internacional, organização de materiais de propaganda, divisão de tarefas e planejamento financeiro, tudo para garantir uma atuação efetiva no encontro. Para Natália Borges, do Rio de Janeiro, “esta preparação prévia foi fundamental para que conseguíssemos participar da melhor forma possível no encontro. Chegamos lá com um grau maior de conhecimento sobre os países, as organizações e nossas tarefas”.
A delegação brasileira se destacou pela participação ativa em diversas frentes: realizou reuniões com representantes de todos os países; contribuiu nas discussões dos grupos de trabalho e nas conferências; promoveu e incentivou atividades físicas todos os dias de manhã. A cultura brasileira também foi apresentada, fortalecendo e aproximando os laços internacionais.
Os debates do encontro giraram em torno dos conflitos interimperialistas, como guerras, intervenções e golpes, o avanço do fascismo, o genocídio na Palestina e os desafios na organização da juventude mundial.
A delegação da UJR apresentou a luta do movimento estudantil brasileiro, com ênfase no papel do jornal A Verdade como ferramenta essencial na organização, crescimento e formação da juventude. A necessidade de intensificar a propaganda socialista no dia a dia também foi fortemente defendida. Segundo Kamila Nascimento, de Pernambuco, “o encontro foi marcado por várias trocas de experiências sobre as formas que as juventudes se organizam nos vários países e como podemos nos fortalecer para dar enfrentamento às lutas que estão por vir e unir as organizações de juventude no mundo pelo socialismo”.
Para sair com o máximo de informações possíveis, aprender com as experiências e compartilhar as lutas pelo mundo, a delegação organizou uma equipe de entrevistas. O objetivo era conhecer mais de cada organização, preparar materiais para pesquisa e publicações no jornal A Verdade. Sobre isso, João Gabriel, de São Paulo, pontuou que “conhecer a realidade de diversos países e como atuam os comunistas ao redor do mundo, impulsiona nossa luta aqui no Brasil. Essa troca foi muito rica e queremos compartilhar com os leitores de A Verdade um pouco do que acumulamos lá”.
Sobre a importância das trocas de experiência que o encontro possibilitou, citamos a intervenção feita por Hanna Lubcke, em nome da Organização para a Construção do Partido Comunista dos Trabalhadores da Alemanha (Arbeit Zukunft): “Enquanto é fácil sentir-se sobrecarregado pelas muitas tarefas que enfrentamos, há poucas coisas que te dão tanta força quanto saber que, enquanto eu vou dormir, um jovem acorda do outro lado do mundo com o mesmo objetivo”.
O encontro ainda reforçou a importância da união internacional na luta contra o capitalismo e o imperialismo. Na resolução final é apontado que “a burguesia afirma que não é possível derrotar o capitalismo. Mas os jovens reunidos no EIJDAA afirmam que só é possível alcançar a verdadeira liberdade se vivermos em um sistema onde os seres humanos são livres da exploração”.
Neste espaço tão importante da juventude combatente, a UJR não poderia deixar de erguer bem alto a memória e a luta incansável de nossa companheira Sarah Domingues. Ela esteve presente nas intervenções, no jornal da UJR, no adesivo em sua memória que estampou o peito daqueles que estavam presentes. Por isso, na resolução final do EIJDAA está registrado que “Sarah foi uma das lideranças da luta da juventude no Brasil, tocou as vidas de milhares de jovens, ensinou e mostrou aos seus camaradas e às massas de jovens lutadores o poder da luta coletiva. O ataque a Sarah é um ataque a toda a juventude do mundo que está lutando por seus direitos. Os nomes desses camaradas, cujas bandeiras carregam as demandas da juventude de todo o mundo e o acúmulo da experiência da luta socialista, se espalharão pelo mundo”.
Matéria publicada na edição nº 298 do Jornal A Verdade.