Em setembro, chapas com a participação do Movimento Correnteza venceram as eleições do DCE da UFPB e do DCE da UFAL. Luta pela redução do preço do Restaurante Universitário (que chega a R$15 na UFPB) e por mais recursos para a assistência estudantil será prioridade das gestões
Thaís Rachel Zacharias*
O mês de setembro foi marcado por vitórias expressivas do Movimento Correnteza e da UJR em importantes eleições dos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A retomada da atuação nessas entidades resgata o histórico de combatividade e compromisso com a luta pelos direitos dos estudantes.
Com uma militância dedicada e aguerrida, o Correnteza trouxe renovado ânimo à organização estudantil nas universidades, defendendo nessas eleições pautas que vão desde a melhoria das condições de ensino e luta por políticas de inclusão e permanência estudantil, passando pela democracia e direito à organização, até o combate ao fascismo, que tem se expressado no movimento estudantil através da perseguição aos estudantes organizados em partido.
No DCE UFAL, a chapa composta pelo Correnteza, Juntos, Força e estudantes independentes foi eleita com 3.877 votos. Algumas das principais pautas da nova gestão estão relacionadas à assistência estudantil e à estrutura, entre elas, a luta por melhores condições do restaurante universitário e acessibilidade nos prédios.
Já a eleição do DCE UFPB se encerrou com a vitória da Chapa 2 – Renova DCE. Com 2.655 votos, representando 60% do total. A Chapa 2 construiu uma importante unidade contra setores que tentaram criminalizar os movimentos organizados e partidos políticos, numa verdadeira campanha anticomunista, que esvaziou os espaços democráticos e desmobilizou as lutas ao longo da última gestão.
Para Ismael Mesquita, recém-eleito coordenador-geral adjunto do campus João Pessoa, “o DCE UFPB voltou para a luta. Nosso principal desafio vai ser a organização da entidade. A gente está saindo de uma gestão da Reitoria interventora, marcada pela perseguição aos movimentos estudantis, e essa nova gestão do DCE marca uma revitalização do movimento estudantil como um todo, que estava muito fragilizado pela perseguição e difamação aos estudantes organizados”. A nova gestão pretende mobilizar os Centros Acadêmicos para a luta pela redução do preço do restaurante universitário, que hoje é um dos mais caros do Brasil (R$ 15).
Em ambos os processos eleitorais, destacam-se a dedicação incansável da militância do Correnteza e da UJR, que atuou de maneira decisiva nos processos. Essas duas vitórias expressam a confiança que os estudantes depositam na combatividade e coerência das pautas defendidas, mostrando que a luta organizada é capaz de transformar a realidade dos estudantes dentro e fora das universidades.
*Thaís Rachel Zacharias é diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE) e militante da União da Juventude Rebelião (UJR)
Matéria publicada na edição impressa nº 300 do jornal A Verdade