Reunião do G20 termina com declaração cínica das maiores potências capitalistas do mundo sobre a pobreza e as guerras.
Redação
INTERNACIONAL – Nos dias 18 e 19 de novembro, o Rio de Janeiro foi palco de uma das principais reuniões das maiores potências capitalistas e imperialistas do mundo, o chamado G20. O grupo com as 19 maiores economias capitalistas do mundo, mais a União Europeia e a União Africana.
Pela primeira vez, o G20 foi presidido e realizado pelo Brasil. A presidência do governo brasileiro colocou como centro da pauta desta reunião o debate sobre a fome, desigualdade e a crise climática.
Os dois dias de conferência foram tomados por falas bonitas dos líderes mundiais e de chefes dos bancos da burguesia, como o FMI e Banco Mundial. Como todo espaço da burguesia internacional, o G20 mostrou a hipocrisia do sistema capitalista e do imperialismo no mundo.
Reunião do G20 e a hipocrisia capitalista
“Nós permanecemos resolutos em nosso compromisso de combater a fome, a pobreza e a desigualdade, promover o desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental e reformar a governança global”, assim termina a declaração final do G20. Ou seja, os mesmos países que hoje promovem as principais guerras no mundo, como EUA, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha dizem que vão combater a pobreza.
Em outro trecho do comunicado, os países afirmam que “nós reconhecemos que a desigualdade dentro e entre os países está na raiz da maioria dos desafios globais que enfrentamos e é agravada por eles”. O reconhecimento dos chefes políticos do capitalismo impressiona, já que presidem alguns dos países que lucram com a desigualdade no mundo.
O tom hipócrita foi a marca desta conferência do G20, o que já vem sendo a tônica nestes encontros todos os anos. O tema principal imposto pelo governo brasileiro, a luta contra a fome, foi abordado por todos os líderes.
O próprio presidente Lula lembrou que os países capitalistas gastam mais com guerras do que com o combate a pobreza. “Em um mundo que produz quase 6 bilhões de toneladas de alimentos por ano, isso é inadmissível. Em um mundo cujos gastos militares chegam a 2,4 trilhões de dólares, isso é inaceitável. A fome e a pobreza não são resultado da escassez ou de fenômenos naturais”, afirmou na abertura do encontro.
Ou seja, a reunião do G20 deixa claro que os países imperialistas e a maiores economias capitalistas sabem muito bem a origem da pobreza e da miséria do mundo. O que torna as posições sobre a luta contra as desigualdades apenas discursos vazios.
Conivência com o genocídio em Gaza e as guerras no mundo
Outro ponto que foi tratado com hipocrisia pela reunião do G20 foi o genocídio contra o povo palestino. Os países apenas se limitaram a apresentar preocupação com a destruição humana e material em Gaza, não condenando nem aprovando nenhum tipo de sanção contra Israel.
Essa posição cínica foi denunciada por movimentos sociais e organizações políticas no dia 16/11, quando 10 mil pessoas se mobilizaram debaixo de chuva intensa denunciando o genocídio palestino e exigindo o boicote à Israel. Confira a cobertura completa do Jornal A Verdade deste ato neste link.
Os mesmos países que estão no G20 são responsáveis pela maior parte do comércio com Israel. As potências imperialistas da Europa e os EUA são os principais financiadores e fornecedores de armas para o Estado sionista. China e Rússia, até agora, não romperam relações comerciais e diplomáticas com Israel, mesmo caso do Brasil.
A posição do Brasil, inclusive, foi evitar ao máximo tratar do genocídio no G20, com medo de criar divergências que impedissem uma declaração final. Ou seja, em troca de uma declaração que nada resolve, o governo optou por não pressionar nem denunciar o papel das potências imperialistas no genocídio de Gaza.
Países imperialistas do G20 são responsáveis pela fome e a guerra
O resultado da reunião do G20 foi a continuidade deste espaço em que os líderes mundiais aproveitam apenas para continuarem suas negociatas em nome da burguesia mundial. Para os povos do mundo, os líderes não apresentaram nenhuma alternativa a não ser a continuação da exploração capitalista e o domínio do imperialismo sobre a vida dos povos do mundo.
Nesse cenário, o que se coloca para os trabalhadores do mundo é a necessidade de continuar a luta contra a burguesia imperialista, representada pelos seus blocos. Seja no enfrentamento ao genocídio palestino ou na luta contra a exploração capitalista, raiz do problema da fome no mundo.