Ao mesmo tempo em que bombardeia o Líbano e a Cisjordânia, Israel ataca o Irã e à Síria e invade o espaço aéreo do Iraque em busca de uma guerra total na região. Tudo isso enquanto promove o maior genocídio e regime de segregação racial deste século contra os palestinos da Faixa de Gaza.
João Montenegro | Recife (PE)
INTERNACIONAL – No último sábado (26, no horário local; noite de sexta-feira, no horário de Brasília) Israel realizou três bombardeios seguidos contra alvos no Irã, intensificando a tensão no Oriente Médio. Explosões foram registradas na capital Teerã e nas províncias de Ilam e Khuzestan, resultando em quatro mortes de soldados iranianos.
As “Forças de Defesa de Israel” descreveram a ofensiva como um “ataque preciso” focado em fábricas de mísseis. Enquanto as autoridades iranianas prometeram resposta “proporcional e definitiva”, expressando repúdio ao que consideram mais um ato de provocação em uma longa série de agressões.
A Síria também foi alvo dos ataques israelenses. Segundo a agência estatal SANA, o exército sírio interceptou alguns dos mísseis lançados, que vieram tanto das Colinas de Golã quanto do território libanês ocupado por Israel. A agência também relatou bombardeios nas proximidades de Damasco, capital do país.
Violação do espaço aéreo iraquiano
Além dos ataques diretos ao Irã e à Síria, o Iraque denunciou uma violação de seu espaço aéreo pelas forças israelenses. Em carta enviada ao secretário-geral da ONU, António Guterres, o governo iraquiano protestou contra a “flagrante violação” de sua soberania. A explosão registrada no norte do país, foi acompanhada do fechamento do espaço aéreo.
O porta-voz do governo, Bassim Alawadi, enfatizou o compromisso do Iraque com sua integridade territorial, prometendo que não permitirá o uso de seu território para agressões a países vizinhos, especialmente em um momento de evidente escalada promovida por Israel com o objetivo de desestabilizar a região.
Retaliação iraniana
No começo de outubro, em resposta ao assassinato de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, o Irã enviou mísseis balísticos contra Israel, que respondeu com bombardeios a civis no Líbano. Na ocasião, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, prometeu lançar um ataque “letal e surpreendente” contra o Irã. O ataque aconteceu no sábado.
Como resposta ao último ataque, o Irã prometeu uma retaliação “definitiva e dolorosa” antes das eleições presidenciais nos EUA, que será na terça-feira (5).
Documentos secretos vazados já mostravam preparativos de Israel para atacar o Irã
Antes dos bombardeios, foram vazados documentos secretos da inteligência dos Estados Unidos em um canal pró-Irã do Telegram. Os detalhes, originalmente reservados aos aliados do Cinco Olhos — rede global de espionagem que inclui Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Reino Unido — revelavam planos de Israel para um eventual ataque ao Irã.
Divulgados pelo Middle East Spectator, os documentos supostamente foram elaborados pela Agência de Segurança Nacional e pela Agência Nacional de Inteligência Geoespacial dos Estados Unidos.
O vazamento trazia informações sobre o deslocamento de armas de Israel e treinamentos aéreos com mísseis terra-ar, também indicavam que o país possui armas nucleares, algo que nunca foi oficialmente confirmado.
A estrutura dos arquivos indica que ainda não haviam sido compartilhados com os demais aliados do Cinco Olhos, o que levanta dúvidas e reforça a possibilidade de uma falha de segurança interna nos EUA.
Antecedentes
Além dos recentes ataques ao Irã e à Síria, Israel vem bombardeando de forma sistemática o Líbano e à Cisjordânia, enquanto promove o maior genocídio e regime de segregação racial deste século contra os palestinos da Faixa de Gaza.
Com o apoio financeiro e político dos Estados Unidos e sob a falsa narrativa de “autodefesa”, Israel vem buscando a todo custo uma guerra total, colocando em risco a vida de milhões de civis e a estabilidade de todo o Oriente Médio.