No dia 5 de dezembro, estudantes universitários e secundaristas refundam a UMEs (União Municipal dos Estudantes de Rondonópolis), entidade desativada há 4 anos que conquistou direitos como o acesso à meia entrada e a sede física localizada no centro da cidade.
Ana Pistori e Whilber Rafael | Mato Grosso
EDUCAÇÃO – Com objetivo de retomar a luta por uma educação mais justa e de qualidade na cidade de Rondonópolis, no dia 05 de dezembro, estudantes universitários, em ensino técnico e secundaristas refundam a UMEs, entidade desativada há mais de 14 anos.
Ao final do congresso de refundação, foram eleitas as novas representações: para a presidência foi eleito Adriann Maciel, estudante de Administração na UFR e para a vice-presidência Isadora, estudante do IFMT Rondonópolis e presidente do Grêmio Geraldo Vandré.
O tom das falas foi o mesmo: sobre a importância de refundar uma entidade combativa para os estudantes de Rondonópolis. “Cuiabá tem passe livre há muito tempo, o movimento estudantil há anos conquistou esse importantíssimo direito e nós vamos conquistar aqui também! Eles não podem dizer não pra esse tanto de estudante aqui reunido!”, disse Isadora, então vice-presidente da UMES.
“A gente recebe ordem a vida inteira e esse espaço é pra gente se revoltar! Estamos aqui para buscar novos direitos! Todas as escolas têm reivindicações diferentes, por isso cada aluno precisa se unir a essa luta!”, propõe Adriann aos estudantes que estavam presentes no espaço.
Inicialmente fundada para organizar estudantes secundaristas, o plano em 2025 para a UMES é retomar as lutas estudantis em Rondonópolis abrangendo, agora, todas as categorias de estudantes, sejam eles secundaristas, técnicos e/ou universitários.
Devido ao abandono da entidade e do avanço do fascismo na cidade, o debate feito pelos estudantes ao ampliar a atuação da UMES é o de unificar a luta estudantil com a palavra de ordem “organizar aos milhares!”.
As históricas lutas dos estudantes rondonopolitanos com a UMES
A UMES foi fundada em 28 de março de 1986, com o objetivo de organizar a luta dos estudantes secundaristas por meio da filiação de Grêmios e da organização de ações em direção à conquista de direitos para os estudantes de Rondonópolis.
A partir desse objetivo, houve a promoção de Conselhos Municipais da União Municipal de Estudantes Secundaristas de Rondonópolis-MT e dos COMGES (Conselho Municipal de Grêmios Estudantis da UMES).
Em 2010, o direito a meia-entrada foi oficializado e respeitado pelos espaços culturais da cidade, como o cinema, shows promovidos pela iniciativa privada e outros espaços de lazer. No mesmo ano, a UMES pressionou a gestão pública a respeito do passe livre estudantil, conquistando o meio-passe. Entretanto, depois da desativação da entidade a luta esfriou.
Tomando essas conquistas como exemplo, é que a UMEs retomará seus trabalhos em 2025. Os estudantes organizarão a luta pela Tarifa Zero no transporte público, pela Creche Universitária e pela ampliação dos bandejões nas escolas técnicas.
O futuro de Rondonópolis parte dos estudantes!
O avanço do fascismo no Centro-Oeste se reflete em todos os setores da sociedade. Nas cidades e no campo vemos a degradação ambiental e a despolitização das pessoas, a descrença, artificialmente implantada, no poder da luta popular.
Em Mato Grosso, as absurdas quantidades de agrotóxico envenenando o povo (A Verdade, Ed. 303, p. 4), assim como o desmonte de instrumentos da luta, causaram por anos o enfraquecimento das lutas por direitos no estado.
Mesmo assim, vemos avançar a quantidade de pessoas buscando a organização e a luta coletiva, como nos mostra a Unidade Popular pelo Socialismo (UP), o partido mais jovem e que mais cresce no Brasil. Esses movimentos de radicalização das bases não poderiam ser diferentes no Mato Grosso.
Em Rondonópolis, após as eleições, foram eleitos a maioria de fascistas. A refundação de uma entidade estudantil que se propõe a organizar a luta dos jovens estudantes, e que tem o compromisso de reviver o movimento estudantil combativo é um sinal de rebeldia. Já dizia Che Guevara: “Em todos os países onde a opressão chegar a níveis insuportáveis, deve-se erguer a bandeira da rebelião.”
Assim, a retomada do exemplo de lutas travadas pelos estudantes rondonopolitanos é fundamental para construir um futuro de vitórias! A juventude é criativa, e por meio de uma entidade combativa, vai encontrar ferramentas para construir conquistas extraordinárias. Isso tendo sempre em mente a palavra de ordem de que “devemos organizar aos milhares”.
Viva a luta estudantil! Viva a UMES! Venceremos!