Nas eleições Diretório Central dos Estudantes da UFSC o Movimento Correnteza saiu vitorioso com chapa representativa na universidade.
João Rio e Maria Isabel Phillip | Florianópolis
EDUCAÇÃO – Nos dias 27 e 28 de novembro, foi realizada a eleição do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A Chapa 1 “Oposição em Movimento- Estudar, lutar e permanecer”, composta pelo Movimento Correnteza e estudantes independentes, maior chapa inscrita no processo, foi eleita com 1639 votos, demonstrando a vontade dos estudantes de retomar a representatividade e combatividade da entidade.
Há anos que crescia a insatisfação com a ausência da entidade no cotidiano dos estudantes, especialmente dos estudantes dos campi fora de Florianópolis. Nesse sentido, o Correnteza organizou uma grande campanha, construindo uma chapa que fosse realmente representativa e que contou com estudantes de todos os centros de ensino da Universidade e dos campi.
O principal debate era a necessidade de retomar a combatividade do diretório central dos estudantes, que nos últimos anos, apresentava uma postura imobilista frente aos problemas que afetam diariamente a comunidade universitária. Com a inscrição de uma chapa de direita (Chapa 4), a chapa 1 chamou atenção para necessidade de uma entidade realmente independente da reitoria e dos governos, que encabeça as lutas com ampla participação estudantil e impeça o crescimento de políticas antipovo na nossa universidade.
A chapa do copinho e do jornal
O período de campanha foi marcado pela necessidade de convidar as pessoas a verem o sentido e a esperança na renovação. Com passagem em sala em mais de 300 turmas, a chapa 1 ficou conhecida como a oposição, mas também como a chapa que declarava o autofinanciamento e a independência como centro de sua política. Através da passagem com copinho pedindo apoio financeiro dos estudantes, a chapa garantiu a ida para os campi do interior e a impressão de panfletos.
Além disso, os apoios possibilitaram a produção de um jornal da chapa, que apresentava a proposta de construção representativa, as principais lutas pela permanência estudantil, passe livre, carteirinha do estudante e também pelo fim do arcabouço fiscal e a prisão de Bolsonaro e seus cúmplices! Nos dias de votação, diversos estudantes reconheceram os membros da chapa pelas passagens em sala e pelo jornal, o que indicou a urgência de um canal de transmissão do DCE que se baseie numa mídia impressa e no olho-a-olho!
Assim, os estudantes conquistaram uma vitória histórica na universidade, apresentaram uma alternativa para o movimento estudantil e uma nova perspectiva de luta para os estudantes da UFSC.
Unir os estudantes para barrar o fascismo
O governador fascista e bolsonarista de Santa Catarina, Jorginho Mello ataca constantemente a educação. Nos últimos anos, o governador trabalha para desmontar a educação pública, através do projeto Universidade Gratuita, que injeta milhões de reais na rede privada de ensino superior, enquanto, na prática, os estudantes pobres de Santa Catarina continuam excluídos de acessar a universidade.
Nesse sentido, o Correnteza trouxe para o debate a necessidade de um DCE que seja linha de frente na luta contra o fascismo em Santa Catarina. Precisamos nos inspirar no exemplo da Novembrada, que este ano completou 45 anos, quando os estudantes catarinenses, liderados pelo DCE da UFSC, ocuparam as ruas aos milhares para protestar contra a passagem do ditador Figueiredo pela cidade de Florianópolis.
Além disso, é preciso lutar pelo fim do arcabouço fiscal e barrar as falsas soluções privatistas. Queremos o passe livre estudantil, direito que foi arrancado dos estudantes de Florianópolis com o avanço das políticas de direita na capital, mais políticas de permanência, como o café da manhã no restaurante universitário, a ampliação e desburocratização dos auxilios permanência, a implementação total das cotas trans, iluminação nos campi, luta pelo fim do assédio e muito mais.
A vitória pela renovação nas eleições do DCE Luís Travassos foi o início de uma correnteza de lutas e da retomada do movimento estudantil combativo e consequente.