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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Povo cubano ocupa as ruas de Havana contra bloqueio dos EUA

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Mais de 500 mil cubanos participaram da Marcha do Povo Combatente em Havana, capital de Cuba, para exigir o fim do bloqueio imperialista imposto pelos Estados Unidos e a exclusão do país da lista de patrocinadores do terrorismo.

Wildally Souza | São Paulo (SP)


INTERNACIONAL – Na ultima sexta-feira (20), milhares de cubanos saíram às ruas de Havana, capital de Cuba, para denunciar e exigir o fim do bloqueio ilegal e fascista dos Estados Unidos contra a ilha revolucionária e a eliminação do país da lista de países que patrocinam o terrorismo.

A Marcha do Povo Combatente, como foi convocada pelo governo cubano, reuniu mais de 500 mil pessoas ao longo do Malecón (avenida a beira-mar) de Havana, para expressar, em frente à embaixada dos Estados Unidos, sua exigência pelo fim da hostilidade; condenar as políticas imperialista e anunciar para o mundo que o espírito revolucionário é firme e de luta contra as injustiças e não cansará até conquistar a libertação total de seu povo. 

Marcha denuncia crimes cometidos contra Cuba

Com o objetivo de convocar a Marcha do Povo Combatente, o diário Granma – Órgão Oficial do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, publicou um editorial que denunciou a atual administração norte-americana de ter mantido em vigor “quase todas as medidas de coerção econômica draconianas impostas pelo governo de Trump, e aprovou outras”, além de ter cumprido a promessa eleitoral de Joe Biden em relação ao tratamento dos EUA contra a ilha.

Apesar de durante sua campanha presidencial ter criticado as medidas que Donald Trump estava implementando contra Cuba e ter prometido reverter as “políticas fracassadas do Trump que prejudicaram os cubanos e suas famílias”, Joseph ‘Joe’ Biden e seu Partido Democrata, liderado por uma de suas vertentes mais conservadoras até o presente momento, continuou o legado imperialista dos governos anteriores e implementou novos crimes, roubos, bloqueios e coerção econômica a Cuba.

Em setembro de 2024, alguns dias antes das últimas eleições estadunidenses, Biden e sua trupe decidiram estender a vigência da ilegal “Lei de Comércio com o Inimigo” – lei que dá poderes ao governo de Washington restringir as atividades comerciais de qualquer nação que classifique como “inimiga”. 

À medida que o imperialismo promovido pelos EUA ampliou sua dominação e implementou políticas de caráter fascista contra outros povos, a Lei de Comércio com o Inimigo foi modificada repetidamente para permitir a continuação de sanções econômicas, mesmo em “períodos de paz”. Essa atitude é aplicada em situações classificadas como “emergência nacional”, exigindo que o presidente renove as medidas anualmente, caso sejam consideradas de “interesse nacional” para os EUA. Nesse contexto, a nova sanção de Biden permanece válida até setembro de 2025, quando Trump estará no poder da Casa Branca.

Políticas dos EUA contra Cuba são ilegais

Povo cubano denuncia que bloqueio e sanções são um ataque direto à soberania nacional e uma violação dos direitos humanos. Em cartazes, dizem que lutarão até a última gota de sangue. Foto: Granma.
Povo cubano denuncia que bloqueio e sanções são um ataque direto à soberania nacional e uma violação dos direitos humanos. Em cartazes, dizem que lutarão até a última gota de sangue. Foto: Granma.

Desde a Revolução Cubana (1959), a estratégia dos Estados Unidos tem sido não apenas impor fome e miséria ao povo cubano, mas, acima de tudo, convencer as massas de outros países de que as dificuldades enfrentadas por Cuba são responsabilidade do governo revolucionário e do socialismo, e não das sanções ilegais e injustificadas de Washington.

Essa narrativa de falsas acusações é amplamente reforçada pela mídia burguesa, que não só apresenta Cuba como um país isolado por sua própria culpa, mas também oculta de forma proposital os avanços significativos da ilha em áreas como reforma agrária, direitos humanos, saúde e educação.

Mas os números são claros em mostrar quem está impedindo o desenvolvimento necessário da nação cubana. De acordo com levantamento do Ministério de Economia e Planificação de Cuba, o bloqueio imperialista afeta o povo cubano em mais de 421 milhões de dólares por mês, mais de 13,8 milhões de dólares por dia e 575.683 dólares em danos por cada hora de sua aplicação. O relatório ainda apresenta que na ausência do bloqueio, o PIB de Cuba poderia ter crescido cerca de 8% somente em 2023.

Cuba resiste

É de tamanho cinismo que os Estados Unidos, patrocinador de diversos crimes contra os povos do mundo inteiro e o principal financiador do genocídio promovido por Israel contra o povo palestino, acuse Cuba, também vitima de ações terroristas recorrentes financiadas e organizadas a partir do EUA, de patrocinar o terrorismo no mundo. 

Cuba é reconhecida internacionalmente por renovar seu espírito solidário e internacionalista quando qualquer nação precise de sua ajuda para se libertar das amarras da dominação imperialista, mesmo sofrendo com embargos, bloqueios e sanções. Foi assim, por exemplo, quando Che Guevara viajou para a África do Sul em 1965 para lutar contra a ditadura de Mobutu, no Congo. Ou mais recentemente, as missões humanitárias de saúde a diversos países do mundo, inclusive o Brasil.

A luta do povo cubano é incansável

Durante a Marcha do Povo Combatente, ficou claro que o povo cubano não se rende aos desejos infames dos Estados Unidos. Ao contrário do que a mídia burguesa tenta nos convencer, o povo de Cuba não está cansado da luta revolucionária. Defendem o socialismo e exigem o fim do bloqueio, da agressão injusta, da manipulação e das mentiras imperialistas para que possam viver com a dignidade que o socialismo já mostrou poder oferecer no país.

O povo de Cuba sabe que o socialismo é o sistema mais justo e que oferece condições de vida para a classe trabalhadora ter o que comer, onde morar e trabalhar dignamente. É necessário avançarmos nossa consciência, o internacionalismo proletário e intensificarmos as campanhas de solidariedade ao povo cubano.

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