Me alegro em ter contribuído no relançamento deste livro que muito ajudou no intenso período que vivi e espero que fortaleça outros camaradas na luta pelo socialismo.
Thiago Braile | Rio de Janeiro
CARTA – Vim a conhecer o livro “Che em Sierra Maestra”, de Merceditas Sanches Dotres, na metade de 2023 quando estava reforçando o trabalho universitário do Movimento Correnteza em alguns estados durante o processo do Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE). Meu primeiro contato com a obra foi na casa de um companheiro em Teresina, Piauí, que me mostrou o livro e me contou um pouco da história por trás do seu lançamento. Logo me interessei e peguei emprestado pra ler.
Mesmo durante um processo bem puxado de mobilização e eleições, todas as noites eu parava pra ler um pouco da obra, que me fisgava pelos aspectos geralmente pouco abordados que são retratados pela militante revolucionária.
O livro chama atenção pois, além de trazer uma visão próxima de Che Guevara, mostra também o funcionamento do movimento clandestino M-26-07 (Movimento 26 de Julho), com suas redes de informações e de abastecimento e descreve a existência pouco conhecida do jornal El Cubano Libre e da Radio Rebelde. Esse conhecimento enriquece muito a perspectiva da revolução cubana ter sido um processo que envolveu as amplas massas da população e foi construído para muito além de um suposto militarismo unilateral da guerrilha, como tentam falsificar os teóricos da burguesia.
Um mês depois, já em Recife, Pernambuco, reencontrei “Che em Sierra Maestra” no Centro Cultural Manoel Lisboa e, além de relê-lo, aproveitei para digitalizar o livro pra ajudar a chegar em mais gente. Depois de digitalizar, mandei o PDF para um dos companheiros responsáveis pelas Edições Manoel Lisboa que me disse que estavam querendo reeditar o livro e me ofereci pra transcrever e revisar. Um ano depois, cá estamos com o livro lançado!
Ainda em Pernambuco, certo dia no Centro Cultural Manoel Lisboa, encontrei-me com o companheiro Edival Nunes Cajá que, ao me ver lendo o livro, me contou a história por trás do lançamento no qual esteve intimamente envolvido e eu fingi que já não tinha a conhecido ainda em Teresina só para ouvir o camarada falar. Acontece que foi Cajá quem convenceu a autora, Merceditas, a transformar seus relatos sobre a vivência com Che em um livro quando a encontrou em Havana.
Após os diversos eventos de lançamento e promoção do livro Brasil afora, Merceditas se despediu de Cajá no aeroporto dizendo que dentre todos os partidos brasileiros de origem operária, reconheceu o M26 cubano no partido de Cajá e afirmou que o Partido Comunista Revolucionário será o partido a dirigir a revolução em nosso país. Portanto, me alegro muito em ter desempenhado um papel no relançamento deste livro que muito me ajudou no intenso período que vivi e espero que fortaleça outros camaradas em todo país na perspectiva de uma vida radicalmente diferente do show de horrores capitalista.