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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

População pernambucana diz não à privatização da Compesa

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Em audiências públicas convocadas às pressas e com a intenção de preparar o caminho para o governo de Raquel Lyra (PSDB) realizar a privatização da Compesa, a Unidade Popular em Pernambuco mandou o recado: “se for privatizar, vai ter luta!”

Clóvis Maia | Redação Pernambuco


BRASIL – Desde que tomou posse no cargo de governadora do estado de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) vem falando na privatização a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), empresa estatal criada em 1971 e que cuida do abastecimento de água e coleta de esgoto em todo o estado de Pernambuco. A empresa já foi eleita como o melhor serviço de abastecimento de água do país em diversas ocasiões e também é uma das mais lucrativas. 

Socializando o prejuízo, privatizando o lucro

A Compesa já opera hoje com uma Parceria Público Privada (PPP) na Região Metropolitana do Recife. A BRK, empresa canadense que atua em 13 estados do Brasil e uma das maiores empresas de saneamento básico atuando no país hoje seria um modelo a ser seguido para todo o estado. O problema é que o serviço de captação e tratamento de água continuaria sob a responsabilidade do poder público, coincidentemente o serviço mais pesado, enquanto o setor privado recolheria os lucros. Pior: vergonhosamente esse modelo de concessão pública duraria por 35 anos e foi proposto e incentivado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Nacional (BNDES). Ou seja, é a mesma política privatista do governo Bolsonaro, continuado pelo governo Lula. 

A proposta do governo do estado é organizar 5 audiências públicas nas regiões do estado, onde por meio de uma apresentação técnica e burocrática a população é avisada sobre o projeto de privatização da Compesa. Ou seja, tudo uma grande maquiagem para fingir que escutou a população, maiores atingidos se o plano for concretizado. 

A militância da Unidade Popular fez a denúncia

Durante as audiências do Recife (15/01) e Caruaru (16/01) a militância da Unidade Popular presente fez a denúncia desse golpe promovido em acordo entre o governo do estado e os empresários. No Recife, Raimundo Malheiros, presidente do Diretório Municipal da UP, ressaltou a incompetência dos governos, segundo ele “os pernambucanos não passaram uma procuração para governante nenhum privatizar um patrimônio público tão importante quanto a Compesa. Não vamos aceitar sermos roubados. Esse é o termo popular. Isso é uma apropriação indevida do patrimônio público por parte do setor privado. E como vimos em outros estados, a privatização não dá certo”. 

Já em Caruaru a audiência ocorreu dia 16 deste mês no auditório da Secretaria de Educação Municipal, e contou com uma boa participação da militância da Unidade Popular. Falando em nome do Diretório Municipal de Caruaru, Iany Moraes, presidenta da UP, reafirmou que “Essa é uma luta de todo trabalhador pernambucano e especialmente do povo pobre. O que vemos com a privatização é o sucateamento dos serviços, demissão em massa e o aumento dos preços. Querem privatizar os lucros e socializar os prejuízos”.

Iany também questionou o formato das audiências. Segundo ela, “não tem como discutir um tema tão importante como esse em apenas uma audiência pública por região. Além disso, apresentam uns termos técnicos, de difícil compreensão e uma apresentação maçante, com uma clara intenção de dificultar a participação do povo. Esse é um traço do governo Raquel Lyra, uma gestão voltada para os empresários e que não gosta do povo”. 

Terão ainda 3 audiências públicas no Sertão (Petrolina, Salgueiro e Serra Talhada) que também contará com a participação da Unidade Popular nas denúncias desse projeto, além da mobilização que vem sendo feita contra esse plano perverso de transformar água em mercadoria.

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