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terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Reféns palestinos começam a ser libertados após início do cessar-fogo em Gaza

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Mesmo com as tentativas de Israel de sabotar o acordo de cessar-fogo, palestinos reféns em prisões israelenses começam a ser libertados enquanto a população de Gaza tenta voltar para casas destruídas.

Felipe Annunziata | Redação


INTERNACIONAL – “Nossos sentimentos estão com nossas famílias em Gaza. Apesar da tortura e do abuso, nossa preocupação na prisão era que a guerra em Gaza parasse. Nossa mensagem e gratidão vão para eles. Nunca esqueceremos o que eles fizeram por nós até o fim dos tempos.”

Este depoimento é da palestina Baraa Foqaha, refém política libertada por Israel neste domingo, como resultado do acordo de cessar-fogo em Gaza. De acordo com a imprensa internacional, 90 palestinos foram libertados em troca de 3 prisioneiras israelenses detidas pela resistência palestina neste domingo (19). Todas as 90 pessoas são mulheres ou menores de idade mantidos em cativeiro por Israel.

A afirmação de Foqaha prova o caráter histórico da luta palestina pela sua libertação e como esse acordo de cessar-fogo foi uma conquista da resistência palestina.

De acordo com Youssef, de 22 anos, e morador de Beit Lahia, na cidade de Gaza, “a primeira sensação que tive quando cheguei a Beit Lahia foi choque e pânico com o horror e os escombros. É como se um terremoto Richter nove tivesse atingido minha cidade… Não há ruas, lojas, parques, mercados, hospitais ou municípios. Não há nada além de escombros e alguns cadáveres ao redor e abaixo deles”.

No entanto, o caráter temporário do acordo não pode ser ignorado. Com a primeira troca de prisioneiros realizada teve início a primeira fase do cessar-fogo, que tem previsão de durar seis semanas. A ideia é terminar o período com a troca de 33 prisioneiros israelenses por cerca de mil reféns palestinos. Portanto, o acordo atual garante um pouco de paz para a população de Gaza até o início de março, quando acontecerão novas negociações.

Já em Gaza, mais sinais do genocídio ficam à mostra, conforme a população começa a retornar para suas cidades e bairros. O cenário de destruição total agora é contabilizado pelos palestinos.

Luta dos povos do mundo segue necessária

Essa situação se torna ainda mais instável com a tomada de posse do fascista Donald Trump na presidência dos EUA. Por enquanto, os Estados Unidos deram aval à paralisação dos ataques de Israel a Gaza pois Trump ainda está estabelecendo as bases do seu novo mandato. Não está garantido que esta posição se manterá no fim do mês que vem.

Por outro lado, o ditador israelense Benjamin Netanyahu continua sabotando o cessar-fogo. Apenas nesta terça (21), Israel invadiu novamente o campo de refugiados palestinos de Jenin, na Cisjordânia, deixando 9 mortos e mais de 40 feridos, entre as vítimas se encontram crianças e profissionais de saúde.

Outro fato que coloca em xeque o acordo foi a renúncia de três ministros do gabinete de Netanyahu, ligados a um partido fascista religioso israelense. Entre os que se demitiram está Itamar Ben-Gvir ministro da segurança nacional, responsável por financiar e armar colonos israelenses na Cisjordânia.

O cenário mostra que o acordo entre as forças sionistas e a resistência anticolonial palestina ainda é frágil, apesar de ser uma vitória da luta palestina. Por isso, se trona fundamental a manutenção da mobilização internacional contra o genocídio e pelo fim da ocupação israelense com o estabelecimento completo do Estado da Palestina.

A luta contra o imperialismo estadunidense e europeu, financiadores do colonialismo de Israel, atingiu uma nova fase que exige de todos os povos explorados do mundo uma mobilização permanente para garantir a vitória completa da Palestina.

 

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