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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Rodoviários de João Pessoa deflagram greve por salários dignos

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Iniciada nesta segunda-feira (27/1), greve dos trabalhadores do transporte rodoviário em João Pessoa defende aumento nos salários. Mesmo cobrando da população a pesada tarifa de R$5,20, empresas do setor oferecem reajuste pífio e vale-alimentação baixíssimo à categoria

Redação PB


Nesta segunda-feira (27/1), motoristas do transporte coletivo da Grande João Pessoa iniciaram uma greve geral após a recusa de sua proposta de 15% de aumento salarial por parte dos empresários do setor. A contraproposta apresentada pelos empregadores foi de apenas 3%, considerada insuficiente pela categoria.

O movimento ocorre em um contexto de insatisfação crescente entre os trabalhadores, especialmente após o recente aumento de 6% no preço das passagens, que aumentou de R$4,90 para R$5,20 e tornou a tarifa de João Pessoa a segunda mais cara do Nordeste. Apesar do reajuste que impacta diretamente os passageiros, os motoristas denunciam que os empresários priorizam os lucros também em detrimento das condições de trabalho da categoria, oferecendo propostas que, segundo eles, são desrespeitosas e não atendem às necessidades básicas dos trabalhadores.

Além do reajuste salarial de 15%, os motoristas reivindicam a retomada do vale-alimentação de R$500, que foi suspenso desde 2019, e o fim das jornadas duplas de trabalho, consideradas exaustivas e desumanas.

De acordo com relatos de trabalhadores, até às 7h30 da manhã desta segunda-feira, nenhum ônibus estava circulando na Grande João Pessoa. A paralisação desafia uma decisão do Ministério do Trabalho que determinou a manutenção de, pelo menos, 60% da frota em operação, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Mesmo diante dessa determinação, o sindicato dos motoristas manteve a decisão de suspender totalmente as atividades.

Embate na Justiça e nas ruas

Ainda pela manhã, centenas de trabalhadores seguiram para o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PB), após deliberarem pela proposta de 15% de reajuste salarial e o reajuste do vale-alimentação para 800 reais em assembléia no Sindicato dos Motoristas. Após uma mesa de negociação, da qual participaram o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa (Sintur-JP), o Sindicato dos Motoristas e representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), a categoria manteve a sua mobilização e paralisação das atividades após a apresentação de um reajuste de 5% apresentado pela classe patronal. Uma nova rodada de negociações acontece nesta quarta-feira (29), com proposta de 60% da frota em circulação a partir desta terça-feira (28).

A greve reflete não apenas a insatisfação da categoria, mas também a política da burguesia para quem trabalha em João Pessoa. O prefeito Cícero Lucena do Partido Progressista (PP) realiza políticas de mobilidade urbana em acordos que favorecem apenas os empresários do transporte coletivo, enquanto encarece e piora a vida dos moradores de João Pessoa e se nega a garantir direitos e salários de qualidade aos motoristas, tudo isso para aumentar a fortuna dos ricos.

A defesa da burguesia pela prefeitura de João Pessoa alcançou o nível de, durante um programa de rádio, Cícero Lucena pedir a prisão do presidente do sindicato dos motoristas, Ronne Nunes, com relação à deflagração da greve. A mobilização dos motoristas reforça a importância da luta sindical como ferramenta para garantir os direitos trabalhistas e buscar melhores condições de trabalho.

O exemplo da greve dos trabalhadores do transporte coletivo, junto de outros movimentos grevistas no Brasil, servem para mostrar a força que a luta dos trabalhadores unidos tem frente aos políticos e patrões, tanto para poder parar o lucro da burguesia e pressionar os políticos na exigência de melhorias na qualidade de vida e trabalho da população; quanto para tomar as rédeas da produção e da política do Brasil, para construir uma sociedade na qual a política e a economia sejam dirigidos pela classe trabalhadora em seu próprio interesse, uma sociedade socialista.

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