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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Trabalhadores do setor de tecnologia da informação lutam contra descaso patronal no RS

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Com a participação cada vez mais ativa do MLC e da UP, a luta dos trabalhadores da tecnologia da informação avança no estado do Rio Grande do Sul.en

Movimento Luta de Classes (MLC-RS)


TRABALHADOR UNIDO – A campanha salarial 2023/2024 das empresas do setor privado de tecnologia da informação (TI), mediada entre o Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados (SindPPD/RS) e o Sindicato das Empresas de Informática (Seprorgs), arrastou-se por mais de sete meses e deixou várias lições à categoria para as novas lutas neste ano de 2025.

As negociações foram deliberadamente atrasadas pelo sindicato patronal, o que, em meio a um cenário de calamidade provocado pelas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, resultou na aceitação de uma proposta abaixo das expectativas dos trabalhadores.

A primeira mesa de negociação entre os sindicatos ocorreu em 09 de novembro de 2023, onde o SindPPD apresentou as pautas aprovadas pelos trabalhadores em assembleia. Entre as principais demandas da categoria estavam: reajuste salarial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), sendo de 4,14% para a data-base de 01/11/23, mais 5% de aumento real; R$ 600,00 de auxílio-creche; R$ 300,00 de auxílio-rancho; R$ 35,00 de vale alimentação/dia; R$ 200,00 mensais como auxílio trabalho remoto; estender a licença paternidade para 20 dias e redução da jornada de trabalho para 40h semanais sem redução salarial.

Apesar de o sindicato patronal ter se comprometido em levar as demandas da categoria para discussão com empresários, logo na segunda mesa de negociação, 13 dias depois, trouxe uma contraproposta com 16 itens, alguns que já se repetem há anos, como: regionalização dos pisos salariais e dos benefícios, pagando valores diferentes para colegas que residem em Porto Alegre e no interior do Rio Grande do Sul; limitação do número de quinquênios; diminuição do adicional noturno. Nada declararam sobre as demandas apresentadas pelos trabalhadores.

Impacto das enchentes

As enchentes que devastaram o estado em maio de 2024 trouxeram uma nova camada de pressão para os trabalhadores. Muitos profissionais de tecnologia da informação foram gravemente afetados, perdendo seus lares e equipamentos, ou enfrentando dificuldades para continuar trabalhando remotamente. Enquanto o estado enfrentava uma situação de calamidade, o Seprorgs continuou a postergar as decisões, o que agravou ainda mais a situação da categoria. O sindicato patronal não mostrou qualquer sensibilidade diante da crise, recusando-se a adiantar negociações ou a conceder qualquer alívio aos trabalhadores.

O SindPPD cobrou para que as empresas pelo menos adiantassem o pagamento do reajuste do INPC para os trabalhadores mais afetados pelas enchentes, mas os patrões alegaram que estavam sofrendo muito com a crise. Pois bem, os trabalhadores estavam muito pior!

Finalmente, em maio de 2024, após quase sete meses de negociações, chegou-se a um acordo, aceito pelos trabalhadores devido às circunstâncias. A principal proposta garantiu um reajuste salarial de 4,14% entre novembro de 2023 e maio de 2024, seguido de um reajuste de 4,75% a partir de junho de 2024. 

A luta continua

A proposta final não representou os ganhos reais que a categoria esperava, mas o núcleo de trabalhadores de tecnologia da informação e comunicação do Movimento Luta de Classes (MLC) esteve presente nas assembleias e avalia que há muito trabalho de mobilização a ser feito para que as demandas da categoria ganhem força para a campanha salarial 2024/2025, que já foi deflagrada com uma assembleia virtual no último dia 22 de outubro. A pauta de reivindicações aprovada traz ajustes significativos e mantém pautas centrais, como a redução da carga horária semanal.

Fazemos um chamado à organização junto aos núcleos do MLC para direcionarmos nossos esforços de forma coletiva. Temos que ocupar os sindicatos, fortalecê-los para avançar nas pautas econômicas e políticas.

Matéria publica na edição impressa nº 305 do jornal A Verdade

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