O procurador-geral Paulo Gonet denunciou Bolsonaro pelos crimes de Golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado de Direito e organização criminosa. Investigação da Polícia Federal já estava encerrada desde dezembro de 2024.
Redação
BRASIL – Jair Bolsonaro e outros 33 criminosos foram denunciados pela Procuradoria Geral da República por conta da tentativa de golpe de estado realizada de 2022 a 2023. O general Braga Netto e mais 24 militares também são alvos da denúncia.
A denúncia da PGR acusa do cometimento de ao menos três crimes: abolição do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa. Se condenados, os denunciados podem pegar pelo menos 38 anos de cadeia.
A Polícia afirmou que a quadrilha de Bolsonaro se organizou em 6 núcleos operacionais que desempenharam diferentes tarefas.
De acordo com a PF, no relatório de dezembro, “As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:
- a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
- b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
- c) Núcleo Jurídico;
- d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
- e) Núcleo de Inteligência Paralela;
- f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas”
Entre os denunciados estão também o general fascista Augusto Heleno, o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem e o ex-ministro da defesa, o general Paulo Sergio Nogueira.
No entanto, ao contrário do relatório da Polícia Federal, três pessoas não foram denunciadas pelo procurador geral, entre elas está Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), uma das principais estruturas políticas que os fascistas usaram em 2022 para se organizar para o golpe de estado.
Agora caberá ao ministro do STF Alexandre de Moraes aceitar ou não a denúncia. Caso seja aceita, o processo criminal se iniciará no Supremo e, segundo alguns órgãos da grande mídia, a tendência é que o julgamento seja realizado neste ano.
Esta denúncia contra Bolsonaro aponta a necessidade de se intensificar a luta pela sua prisão e dos seus comparsas. Além disso, é preciso lutar para que ele pague por todos os seus crimes.
Cabe ainda julgar o ex-capitão fascista cível e criminalmente pelo genocídio em relação aos povos indígenas e as negligências, negacionismo e ações promovidas durante o momento de pandemia da Covid-19 e que resultou na morte de milhares de brasileiros. Também há os casos de corrupção (rachadinhas, joias das arábias, dentre outros) e a prevaricação e improbidades administrativas cometidas por sua gestão e por seus cúmplices e aliados.
O alto comando das Forças Armadas não pode também ficar impune na história, pois vários generais estiveram presentes e incentivaram pela internet o desrespeito às eleições e à vontade soberana do povo. Além disso, tiveram papel determinante no Golpe Institucional de 2016, na eleição de Bolsonaro e nos diversos intentos golpistas. Traíram o povo e devem ir a julgamento pelos crimes de lesa-pátria que cometeram.