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segunda-feira, 24 de março de 2025

População faz ato por jovem desaparecido em enchente no Capão Redondo

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Durante as chuvas do dia 6 de fevereiro, Erick Silva foi arrastado pela água na Zona Sul de São Paulo. Um mês depois, o jovem ainda não foi encontrado. A família e população do bairro denunciam que o Estado não utilizou todas as ferramentas disponíveis para procurá-lo

Eloiza Alves e Vinícius Basílio | São Paulo (SP)


Há mais de um mês, o jovem de 24 anos Erick Silva, morador do Capão Redondo, bairro da zona sul de São Paulo, foi arrastado por enchentes juntamente com seu carro e, desde então, seu corpo segue desaparecido e sua família luta para encontrá-lo.

Sobre os fatos, narra sua irmã Ayla ao jornal A Verdade: “O carro dele caiu no córrego no dia 6 de fevereiro. Chegamos bem cedo no local porque ele chegou a escrever uma mensagem de socorro”. Após chegarem, os familiares acionaram o Corpo de Bombeiros. Ainda tentando encontrá-lo, a família e as autoridades tentaram procurar pelo jovem no piscinão da região que, devido às fortes chuvas, estava acima do nível de capacidade. Naquele momento, três das quatro bombas que estavam operando para conter as enchentes haviam parado de funcionar.

Diante o descaso da prefeitura, a população organizou uma manifestação na Av. Ellis Maas, fechando uma faixa da avenida. Os manifestantes reivindicavam maior empenho do poder público e estrutura para efetivar as buscas por Erick Silva. Em consequência do ato, foram conquistadas mais treze bombas para esvaziar o piscinão e a ampliação do período de buscas de 4 para 10 dias.

Mesmo assim, até o encerramento do período de buscas, outras medidas possíveis e solicitadas pela família, como o uso de cães farejadores, não foram liberados pelo Estado. Nessa situação difícil, Ayla comenta: “Até hoje (18 de fevereiro), faz treze dias e não achamos um boné, uma bermuda, tênis… A gente não achou nada. Os bombeiros olharam a galeria mais de uma vez, olharam tudo e não acharam nada.”

Descaso do poder público

O caso é uma demonstração concreta da falta de esforços do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e do governador paulista, Tarcísio de Freitas, para evitar desaparecimentos de pessoas em enchentes. Como noticiou o jornal A Verdade em sua edição impressa nº 307, pelo menos 19 pessoas já morreram no estado em situações ligadas às chuvas deste verão, e muitas mais perderam suas casas e seus bens devido ao descaso do Estado.

A falta de equipamentos como bombas de água para a realização de resgates revela que o Corpo de Bombeiros não tem todas as condições para trabalhar da maneira necessária em momentos de urgência. Se não fosse a lentidão das buscas, situação que levou a população do Capão Redondo às ruas para fazer essa denúncia, Erick Silva poderia estar em segurança com sua família. Apesar disso, para os políticos fascistas, a vida das pessoas da periferia tem menos importância do que daquelas que vivem em bairros ricos das cidades, onde há mais infraestrutura.

Casos como o de Erick Silva mostram a urgência de lutar cada vez mais para que o povo não tenha que viver em áreas de risco e para que sejam tomadas medidas que preparem as cidades para a crise climática causada pelo capitalismo.

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