Professores da rede estadual do Rio Grande do Norte aprovam nova greve em defesa do piso salarial. Estrutura do ensino nas escolas também é pauta da luta
Livy Lunny | Natal (RN)
EDUCAÇÃO – Na última terça-feira (25/02), foi deflagrada a greve por tempo indeterminado dos professores da rede estadual de educação com início a partir do dia 26, a partir de dialogo da categoria com a comunidade escolar, bem como assembleias regionais. O motivo da greve é, mais uma vez, o parcelamento do piso salarial, agora pela aplicação do reajuste de 6,27% do piso salarial para o mês de março
O governo deu a proposta de parcelar o aumento salarial e finalizar o pagamento até o fim do ano, o que não agradou em nada os professores, principalmente pelo o motivo de que o governo de Fátima Bezerra (PT) envolveu o Ministério Público, além de tentar judicializar o pagamento dos salários e tornar a greve dos professores ilegal. Somado a isso, o governo do estado realizou, desde 2019, cinco concursos para Polícia Militar, aumentando o aparato de repressão aos estudantes e o povo pobre do RN, para a educação foi realizado, no período de 10 anos, apenas um concurso, com vagas insuficientes para suprir as demandas das mais de 550 escolas estaduais. Adicionado ao cenário do reajuste dos professores, essa é a segunda vez que os professores do estado entram em greve envolvendo a questão do piso salarial, demonstrando que na realidade, a educação é secundária para o governo estadual.
Houve três reuniões do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte/RN) com o governo do estado até a deflagração da greve, bem como assembleias estaduais que, apesar da direção do sindicato ter o desejo de barrar, demonstrou que as e os educadores estaduais queriam a luta. Quando ocorreu a votação final, foi unânime a vontade dos professores de fazer a greve e lutar pela implementação imediata dos 6,27%. O sindicato, sob a direção do Partido dos Trabalhadores (PT) tentou passar uma segunda votação por cima da original, mas a vontade dos professores prevaleceu.
Lutar pela educação é mais que necessário
No estado do RN os estudantes têm vivenciado todos os dias a precarização estrutural da educação, teto caindo, bullying nas escolas, falta de acessibilidade e de professores, sem falar do Novo Ensino Médio (NEM) que destruiu o ensino médio público. Agora o governo do estado ataca diretamente o salário dos professores, que para além de prejudicar os docentes, prejudica os jovens que não poderão ir para escola se formar.
A luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade se faz intrínseca à existência do estudante e professor. Para formarmos pessoas capacitadas e livres, precisamos de educação na base. Nesse sistema capitalista, sistema no qual só se pensa em lucros financeiros, a educação nunca vai ser prioridade, pois mentes bem educadas criticam e se rebelam contra esse sistema.
Se a situação é grave, a solução é greve. Por isso, a União dos Estudantes Secundaristas Potiguares (UESP), a Unidade Popular pelo Socialismo (UP), o Movimento Luta de Classes e o Jornal A Verdade demonstram total apoio à greve dos professores, nos somando a essa brava luta pelo piso e a valorização integral da educação pública.