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sexta-feira, 18 de abril de 2025

Bairro da Engomadeira pede justiça pela jovem Ana Luiza assassinada pela Polícia Militar da Bahia

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Jovem retornava para casa no último domingo (13) quando foi atingida por um tiro de fuzil da Polícia Militar da Bahia e não resistiu aos ferimentos. 

Redação BA


SALVADOR – Familiares, amigos e moradores do bairro da Engomadeira na capital baiana protestam mais uma morte pela violência da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) comandada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) contra a população soteropolitana. A jovem Ana Luiza dos Santos Silva, de 19 anos, foi atingida por um tiro de fuzil na barriga quando policiais militares entraram no bairro no último domingo (13) disparando contra supostos criminosos. 

Após o sepultamento da estudante de Estética no Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco, na Quinta dos Lázaros, centenas de pessoas enlutadas pela perda de Ana Luiza retornaram ao bairro da Engomadeira para organizar um protesto por justiça pelo assassinato brutal da jovem nesta segunda-feira (14). O ato organizado por familiares de Luiza, moradores do bairro e por militantes da Unidade Popular (UP) desde o início contou com uma forte repressão da polícia com mais de dezoito viaturas e dezenas de policiais fortemente armado para intimidar aqueles que exigiam justiça pelo assassinato de uma jovem. Um dos militantes da UP chegou a receber uma coronhada de um policial seguido de um xingamento apenas por protestar contra a injustiça do homicídio de Luiza. 

A população relata que a violência da PM-BA é costumeira: entrada nas casas sem mandato judicial, “esculachos” e uso de armamento pesado contra moradores do bairro. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 aponta que a Bahia lidera o ranking de mortes pela violência policial com 1.699 vítimas em 2023. Com uma em cada quatro mortes causadas pelas polícias no país, a Bahia é a que mais mata no Brasil em números absolutos e proporcionalmente a que mais mata pessoas negras. 

Barricadas, homenagens e a revolta de familiares, vizinhos e amigos marcaram atos exigindo justiça por Ana Luiza. Foto: Isabella Tanajura / JAV-BA.

Política de extermínio da população pobre e negra na Bahia 

Há mais de 16 anos o Partido dos Trabalhadores (PT) está no governo do estado da Bahia. Durante todo esse período percebeu-se um aumento contínuo na violência policial no estado: entre 2015 e 2023, o número de vítimas da polícia subiu de 354 para 1.700 por ano.

Segundo o Instituto Fogo Cruzado, a maioria das vítimas de “balas perdidas” em Salvador e na região metropolitana são mulheres. O assassinato de Ana Luiza está dentro do perfil das vítimas da violência policial e não é um “caso isolado”.

É clara a intenção genocida da política de segurança pública praticada pelas polícias no Brasil e, em especial, da Polícia Militar baiana. Está em curso um assassinato em massa de jovens negros, pobres e moradores das favelas no estado. Essa história se repete há centenas de anos desde a criação das polícias que tem como principal objetivo proteger a propriedade privada e os grandes ricos, não a população brasileira. 

A desmilitarização das polícias e a construção de uma sociedade socialista em que a violência policial não seja mais uma realidade são defesas do programa da Frente Negra Revolucionária (FNR) para que a verdadeira justiça por Ana Luiza seja alcançada. 

Confira na íntegra a cobertura fotográfica do ato no bairro da Engomadeira pelo jornal A Verdade neste link

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