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sexta-feira, 30 de maio de 2025

Lucro do agronegócio e de monopólios imperialistas estão por trás do café caro

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Agronegócio subordinado ao imperialismo prefere exportar café para o exterior e quem paga conta é o povo pobre.

Chantal Campello | Cabo Frio (RJ)


BRASIL – O café, produto historicamente ligado à cultura, à economia e à luta do povo brasileiro, está cada vez mais inacessível. O preço do pacote de 500g já ultrapassa os R$35 em muitas regiões do país, afetando duramente o consumo diário das famílias. Mas por trás dessa escalada de preços não está apenas o clima ou o câmbio: há uma engrenagem  que envolve a ação direta do imperialismo estadunidense, herdeiro direto das políticas excludentes e a conivência ativa das elites brasileiras.

Apesar de ser o maior produtor mundial de café, o Brasil está vendo o produto sumir da mesa do povo. Isso acontece porque o sistema atual prioriza a exportação do café verde (grão cru) para países ricos, principalmente os Estados Unidos, em vez de abastecer o mercado interno. Os produtores vendem suas safras para fora, onde recebem em dólar, o que é mais lucrativo. O resultado é menos oferta no Brasil e, portanto, preços muito mais altos para o consumidor.

“Eles mandam o melhor café pAra fora. A gente aqui fica com o resto, e ainda pagando caro. O café que eu comprava por R$ 12 agora tá quase R$ 30”, denuncia Vinícius Seguraço, militante e trabalhador do Uber. 

Além disso, o dólar alto inflaciona ainda mais o produto, já que os exportadores ajustam seus preços com base no mercado de fora. Ou seja: mesmo um produto 100% nacional, colhido com suor por trabalhadores brasileiros, é cotado como se fosse importado.

Hoje, o país exporta apenas o grão cru, barato, enquanto grandes empresas dos EUA compram esse grão, processam e revendem cápsulas e produtos gourmet a preços até 10 vezes maiores. É um modelo cruel, onde o Brasil fornece matéria-prima barata e importa de volta o produto final caríssimo. A verdade é que o governo Trump escancarou a política de roubo legalizado. 

Enquanto o imperialismo lucra, os trabalhadores brasileiros pagam a conta com suor e miséria. No campo, os agricultores recebem cada vez menos, mesmo sendo responsáveis pela produção que sustenta o mercado mundial. Nas cidades, a situação não é diferente. 

Inação do governo

Diante desse cenário, o governo brasileiro cruza os braços, ou pior: atua ativamente a favor das grandes exportadoras e corporações do agronegócio. Não há controle de preços, não há proteção ao abastecimento interno, não há incentivo à industrialização nacional. A prioridade segue sendo exportar, enriquecer meia dúzia e empobrecer o povo.

A verdade é que o Estado brasileiro age como agente do imperialismo. Entrega o nosso café cru e importa miséria. Essa política econômica concentra renda, exclui os pobres do acesso a alimentos básicos e impede qualquer possibilidade de soberania alimentar. 

Mesmo com a carestia, a resistência popular se fortalece. A luta contra a fome é a ordem das lutas cotidianas. O povo brasileiro precisa retomar o controle sobre sua produção, romper com as amarras do imperialismo e construir uma economia voltada para as necessidades populares. O café, que já foi motor de revoluções e símbolo de resistência, volta a representar a necessidade urgente de mudar esse sistema.

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