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quinta-feira, 12 de junho de 2025

Trabalhadores dos EUA se revoltam contra deportações de imigrantes

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Governo Trump prende centenas de manifestantes em protestos contra a deportação de imigrantes e coloca militares nas ruas de Los Angeles (EUA).

Raul Bittencourt | Rio de Janeiro


INTERNACIONAL – Los Angeles tornou-se o epicentro de uma batalha contra as políticas racistas do governo Donald Trump, cujas imagens de resistência tem estimulado protestos em várias cidades outras cidades dos EUA, como Charlotte, Atlanta, Louisville, Memphis, Chicago, Detroit and Oklahoma City.

Desde sexta-feira (6 de junho), milhares de manifestantes ocupam as ruas em resposta às operações brutais do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega) em bairros latinos. O que começou como protestos contra deportações desumanas transformou-se em resistência organizada frente à escalada militar ordenada por Donald Trump, que mandou militares da Guarda Nacional para reprimir a população.

Enquanto a Casa Branca justifica a ação como “restauração da ordem”, nada mais é do que um ataque sistemático contra a liberdade de manifestação e as comunidades imigrantes, cujo trabalho em condições de exploração extrema sustentam a economia capitalista da “liberal” Califórnia.

Os protestos de rua eclodiram após batidas do ICE, sempre marcadas por violência brutal, com agressões e gás lacrimogêneo contra pessoas desarmadas, famílias separadas e 121 detenções arbitrárias em 48 horas. Em Paramount, trabalhadores sem documentos refugiaram-se em comércios locais, aterrorizados. “Nossa comunidade está sendo atacada. Eles são pais, mães, trabalhadores”, declarou Angélica Salas, líder da Coalizão pelos Direitos dos Imigrantes, conforme divulgou o sítio da BBC.

Contra a ação racista, a resposta popular foi imediata e uma multidão tomou as ruas para exigir o fim das deportações em massa. Diversos sindicatos se somaram aos protestos e tiveram dirigentes presos, como David Huerta, presidente do Service Employees International Union California (Sindicato Internacional dos Empregados em Serviços da Califórnia).

A Militarização da repressão a quem é contra a política imigratória dos EUA foi a forma de Trump lidar com os protestos. Mais de 4.100 soldados da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais foram enviados para sufocar os protestos. Militares posicionam-se agora em frente aos campos de prisioneiros, enquanto helicópteros sobrevoam bairros residenciais para intimidar a população civil. 

A violência da repressão é indiscriminada e atinge até mesmo a grande imprensa estadunidense. A reporter Lauren Tomasi, de uma afiliada da CNN, foi atingida nas costas por uma bala de borracha disparada por policiais que estavam observando a cobertura da imprensa, no domingo passado (8/6). O vídeo transmitido ao vivo afasta qualquer dúvida quanto a intencionalidade. O policial olha para a repórter, aponta e atira sem qualquer motivo. 

A ação do governo Trump só reforça o seu caráter fascista, marcado pela xenofobia, estigmatizando imigrantes como “inimigos” a serem abatidos e estimulando o pânico moral contra eles, facilitando, em aliança com grande grupos econômicos, a exploração destes trabalhadores. Fora isso, se vale de uma concepção autoritária de “lei e ordem” para criminalizar protestos e defender o status quo. Igualmente, criminaliza a pobreza e, através do combate aos pobres, afirma buscar um passado fantasioso de glória, que Trump afirma buscar resgatar, com o slogan “Make America Great Again”, que ecoa as promessas de Hitler de restaurar a grandeza da Alemanha, resultando na II Guerra Mundial. 

O fato é que, enquanto a imprensa continua a defender os EUA como “farol da democracia no mundo”, relatos da extrema brutalidade dos agentes de repressão do “regime” Trump, acontecidos longe das câmeras, lotam as redes sociais. A situação de Los Angeles apenas exemplifica o caráter fascista do atual presidente dos EUA e o de classe da impressa burguesa, criminalizado a justa revolta popular.

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