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segunda-feira, 21 de julho de 2025

Polícia Militar assassina jovem de 18 anos no bairro de Mãe Luíza em Natal (RN)

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Polícia Militar assassina jovem em comunidade natalense. O caso é o segundo registrado apenas neste ano na cidade de Natal, gerando revolta na população

Redação RN


BRASIL – Nesta sexta (18), no início da tarde, a polícia militar (PM) fez uma operação no bairro de Mãe Luiza, uma das comunidades mais antigas da cidade de Natal (RN). Resultado dessa operação foi a morte de dois jovens, o que gerou revolta na população.

As polícias militares são a verdadeira expressão de como o Estado brasileiro trata o povo em nosso país. Instituição mantida com o único objetivo de oprimir o povo, em particular os mais pobres. Não há reforma, gestão ou mudança que acabe com essa realidade: a PM é uma máquina de matar pobre! Isso acontece porque é comandada pela “elite” bilionária, e assim realiza operações que impõem medo e terror à população periférica.

Instrumento da ditadura militar, as PMs serviram para ampliar a rede de perseguição, tortura, estupros, assassinatos, e ocultação de cadáveres. O modus operandi segue o mesmo e o inimigo é o povo pobre e preto. 

Caso Adsom

O resultado que se ostentou nas coberturas de imprensa sobre a operação trouxe um revólver .38, e cerca de 10 zip Locks com substâncias análogas a drogas, que segundo a polícia foi apreendida na comunidade. Apesar da cobertura realizada por moradores que filmaram o ocorrido do morador rendido, desarmado ser fuzilado, a imprensa no estado do Rio Grande do Norte ignorou o material e adotou apenas as alegações da PM.

Segundo a PM, houve uma operação com trocas de tiros e que resultou na apreensão já citada de drogas e armamento. Porém, material em vídeo gravado por popular deixa nítido que se trata de uma alegação mentirosa. Importante lembrar que em 2019 foram apreendidas 39 Kg de cocaína, transportada em avião da Força Aérea Brasileira que transportava Bolsonaro, durante uma viagem. Sem mortes, nem se quer prisão durante o momento. O posicionamento histórico de falta de verdade da corporação coloca em jogo até mesmo os materiais ditos apreendidos na comunidade, se realmente houve alguma apreensão se quer, apenas com o objetivo de justificar as mortes e o terror das famílias.

O governo do estado de Fátima Bezerra (PT), ostenta estatísticas em segurança pública, reproduzindo a lógica de que a solução para segurança pública passa por ter um aparato repressivo cada vez maior. Mas o que cresce é a violência contra o povo pobre. O que os trabalhadores e seus filhos precisam é de emprego, educação, moradia, esporte e cultura. A elevação do nível de vida dos trabalhadores é a melhor arma para desmantelar a violência urbana. Enquanto os trabalhadores da educação não recebem seus retroativos, a PM segue utilizando armamentos novos, caríssimos, mas sem câmera nos fardamentos e agem contra a população trabalhadora.

Repressão da polícia é consequência da luta de classes

Vale lembrar que a mesma polícia também matou Giovanne Gabriel em 2019, dois jovens trabalhadores no Beira Rio em 2024 e Bárbara no Passo da Pátria já esse ano, e agora mais 2 em mãe Luiza, além disso dezenas de outros casos que não foram filmados ou tidos como públicos, como sabemos, contando com a colaboração da imprensa para esconder esses.

Ainda denunciado em perfil organizado por família e amigos nas redes digitais para denunciar o caso, trás áudio dos policiais zombando dos jovens ao serem assassinados, e traz relatos de moradores que levaram balas perdidas mas nunca chegaram a denunciar por medo ou silenciamento. Além disso, ainda nesse último caso a polícia chegou a arrombar a casa de um morador e utilizar para se esconder, a fim de assustar o morador que passar pelo local e realizar a abordagem, que levou a morte de Adsom.

Os bairros periféricos, em particular, costeiros como: Mãe Luiza, Passo da Pátria, Praia do Meio e Redinha, são localizados em locais de interesses imobiliários. Após o último plano diretor, está autorizado a construção de prédios arranha céus, dessa forma é interesse que a zona se desvalorize, seja facilmente vendida ao setor para que realizem a construção, a falta de estrutura e a crescente violência, contribuem para isso.

Justiça por Adsom e por todos os nossos!

Cada operação e morte como essas, representam uma perda irreparável, afetando o psicológico de moradores, familiares e amigos, causando um impacto incontável. Apenas denunciar, apesar de importante, não é o suficiente, é necessário construir uma luta permanente para a solução do problema, a polícia  tem em suas bases o racismo, e reformar apenas não solucionará.

Para que se acabem essas mortes, a raiz do problema está a quem elas representam, como dito:  a polícia representando o estado, e o estado é comandado pela “elite” bilionária, que representam menos de 1% da população, mas se mantém as famílias desde império. A solução para por um fim a isso é com quem ela não obedeça e sirva aos bilionários, mas sim aos trabalhadores, para isso, nós trabalhadores, moradores de bairros pobres, negros, indígenas e toda a população, devemos nos unir, construir um outro sistema no país.

Construir o socialismo, onde interesses como os citados no texto não possam existir, e haja punição exemplar aos policiais assassinos de hoje, e da ditadura empresarial militar. Nesse ano surgiu a Frente Negra Revolucionária (FNR) em todo o país, com o objetivo de organizar o povo preto pela luta de sua libertação, apontamos que somente após a organização e a luta, mudaremos essa realidade difícil e cruel.

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