Prefeitura de Guarulhos impôs reajuste de apenas 2% aos servidores em 2025, abaixo da inflação de 5,53%, ampliando perdas salariais históricas. Enquanto vereadores aprovavam 48% de aumento próprio. Servidores deflagraram greve e MLC articula mais lutas.
Guilherme Pizzo | Guarulhos-SP
Há pouco mais de oito anos e meio tomava posse, no município de Guarulhos, Gustavo Henric Costa (PSB durante o primeiro mandato e PSD durante o segundo). Eleito sob promessas de melhorias dos serviços públicos e valorização dos servidores, o prefeito chegou a compartilhar vídeos ressaltando a importância e agradecendo o trabalho da PROGUARU, entidade que ele mesmo viria a extinguir anos depois. Sabemos que é característico de todo governo liberal destruir o patrimônio público para, depois, entregá-lo aos grandes empresários que os elegeram com investimentos milionários. Em nosso governo atual não é diferente.
Lucas Sanches (PL) e Thiago Surfista (NOVO) tomaram posse sob o slogan: “A Cara da Mudança”. Em apenas cinco meses, a máscara do prefeito caiu e nos foi revelada a verdadeira face por trás da farsa: mais precarizações e arrochos salariais. Nos moldes de todos os partidos ricos e apoiados por bilionários, a intenção dos nossos governantes atuais não é nada mais que gerir o capital burguês.
Nestes termos, o reajuste salarial forçado dos servidores municipais (passado por cima do sindicato) foi de 2% com uma inflação em torno de 5,53%. Em 2024, foi de 3,5% com 3,93%. Em 2023 foi 6,6% com 3,94%. Em 2022 foi de 2% com 11,73% e em 2021 foi de 0% com 8,06%. Ou seja: enquanto a vida do povo encarece, o salário não acompanha. Como se ainda não bastasse: o grupo de vereadores que votou a favor do reajuste de 2% também votaram, para si mesmos, um reajuste de 48% de salários que ultrapassam R$20.000,00.
Ano | Reajuste Salarial (%) | Inflação (%) |
2021 | 0% | 8.06% |
2022 | 2% | 11.73% |
2023 | 6.6% | 3.94% |
2024 | 3.5% | 3.93% |
2025 | 2% | 5.53% |
Histórico evidencia perda salarial dos servidores públicos de Guarulhos (SP)
O povo já sabe que não importa qual partido tome conta do município, a vida não vai melhorar. O poder de compra continuará caindo, a insalubridade aumentando e as condições de trabalho continuarão piorando. Por isso, muitos trabalhadores abandonam a participação política e vivem à margem de decisões tomadas pelos ricos.
Pouco tempo depois do reajuste miserável, do prefeito Lucas Sanches, deflagrou-se uma greve dos servidores públicos municipais de Guarulhos. Neste cenário de luta formou-se mais um núcleo do Movimento Luta de Classes – MLC. Dessa vez, dos servidores.
Organizaremos cada servidor público para tocar a maior greve já vista no município e caminharemos para a maior greve nacional. Mostraremos à cada trabalhador e trabalhadora que é só na luta que conquistamos melhores condições de trabalho. A construção do socialismo é a única forma de emancipar a vida de quem trabalha para se sustentar.