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domingo, 16 de novembro de 2025

Sanções dos Estados Unidos não freiam médicos cubanos na missão de salvar vidas

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Em mais um ato de perseguição política, EUA cancelam vistos de profissionais e familiares apenas por participarem de programas médicos com Cuba.

Igor Barradas | Redação RJ


INTERNACIONAL – O governo dos Estados Unidos voltou a mostrar ao mundo seu verdadeiro rosto: a de um imperialismo que teme até médicos que curam pobres. Como admitir que uma pequena ilha bloqueada há mais de 60 anos, sem as riquezas naturais e os gigantescos orçamentos militares do império, consiga enviar milhares de médicos aonde Washington só levou bombas e bases militares?

No início deste mês, o Departamento de Estado dos Estados Unidos cancelou os vistos de funcionários de governos africanos, da ilha caribenha de Granada e de Cuba, além de seus familiares, todos diretamente ligados a programas de cooperação médica internacional, incluindo os profissionais brasileiros do programa Mais Médicos.

As novas sanções anunciadas contra Cuba e seus aliados não passam de um ataque contra a própria vida, uma tentativa desesperada de criminalizar a solidariedade. O imperialismo dos Estados Unidos, que se apresenta como guardião da “democracia”, mostra mais uma vez que sua bandeira é a do lucro acima da dignidade humana.

Enquanto milhões de norte-americanos não conseguem pagar por consultas e remédios, a Casa Branca prefere gastar trilhões em guerras intermináveis e em fortalecer multinacionais farmacêuticas. É este o sistema que se atreve a condenar Cuba por salvar vidas gratuitamente.

A política de morte do imperialismo estadunidense

O bloqueio econômico, mantido por mais de seis décadas, é um cerco que tenta estrangular o povo cubano, negando acesso a medicamentos, alimentos e insumos básicos. Segundo estimativas do governo cubano, o embargo já causou perdas superiores a 150 bilhões de dólares. Mais de 90% dos remédios que Cuba consome dependem de importação e sofrem atrasos ou aumentos de preço devido às sanções. Equipamentos hospitalares chegam com meses de atraso e insumos básicos, como vacinas, enfrentam barreiras financeiras e burocráticas.

O resultado é calculado: hospitais sem insumos, pacientes sem acesso a tratamentos, filas de espera que poderiam ser evitadas e o sofrimento de crianças e idosos. Mas, mesmo sob essa guerra econômica silenciosa, Cuba insiste em compartilhar o pouco que tem.

Internacionalismo como arma

Atualmente, 24 mil médicos e enfermeiros cubanos atuam em 60 países, em lugares onde o capitalismo só deixou abandono e desigualdade. Cada brigada enviada é uma bofetada moral no imperialismo, mostrando que a saúde não precisa ser mercadoria.

Em mais de 60 anos de Revolução, Cuba enviou médicos para a Argélia recém-liberta, enfrentou o ebola na África, socorreu vítimas de terremotos e furacões e liderou a luta contra a covid-19. O Contingente Henry Reeve, criado em 2005, é símbolo dessa vocação internacionalista reconhecida até pela Organização Mundial da Saúde.

No Haiti, desde 1998, médicos cubanos realizaram 36 milhões de consultas e salvaram quase meio milhão de vidas. A Operação Milagre devolveu a visão a mais de 4 milhões de pessoas em 34 países. A Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) já formou 73 mil jovens de famílias pobres de todo o mundo.

Cada consulta, cada cirurgia, cada estudante formado é uma denúncia viva contra o cinismo imperialista. Os números mostram que, enquanto o imperialismo prefere armar conflitos, Cuba prefere salvar vidas.

LONGO HISTÓRICO DE SOLIDARIEDADE. Programa cubano “Crianças de Chernobyl” acolheu 21 mil crianças vítimas do desastre nuclear de 1986 entre 1990 e 2011, com acompanhamento de Fidel Castro na chegada dos primeiros participantes a Tarará. (Foto: Reprodução)

Apoio necessário do Governo Federal, mas insuficiente

As medidas repercutiram fortemente no Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o bloqueio, chamando-o de “violência sem justificativa que dura 70 anos”. Em discurso, disse: “Os Estados Unidos fizeram uma guerra, perderam. Aceitem que perderam e deixem o povo cubano viver em paz”.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também se manifestou em defesa do Mais Médicos e dos cubanos que trabalham no Brasil. Lembrou que foram eles que levaram atendimento às periferias e regiões remotas, onde profissionais brasileiros se recusaram a atuar.

Mas se a indignação oficial é importante, ela ainda é insuficiente. O momento exige mais do que discursos: ações concretas de solidariedade, organização de atos públicos, campanhas de denúncia internacional, pressão política e popular. O Brasil, que recebeu a solidariedade cubana em momentos de necessidade, tem uma dívida histórica: defender Cuba não apenas com palavras, mas com mobilização ativa.

O império teme o exemplo

O verdadeiro medo dos Estados Unidos não são os médicos cubanos em si, mas o exemplo que eles representam. Porque mostram que é possível construir um sistema de saúde universal, gratuito e solidário, mesmo sob o cerco mais cruel, o sistema socialista. Mostram que a medicina pode ser arma de libertação, e não de lucro. 

O imperialismo não suporta a ideia de que outros povos possam seguir esse caminho. Por isso, ataca com sanções, pressões diplomáticas e campanhas de difamação. Persegue médicos como se fossem bandidos.

Cuba resiste

Mesmo com o peso do bloqueio, Cuba continua enviando médicos ao mundo. Cada jaleco branco que cruza as fronteiras é como uma bandeira erguida contra o império. Cada vida salva é uma derrota para a política de morte dos EUA.

Se o imperialismo persegue até médicos, cabe a nós proteger esses mensageiros da vida. Como disse Che Guevara: “A solidariedade é a ternura dos povos”. Essa ternura precisa se transformar em luta organizada.

Porque defender Cuba é defender a possibilidade de um mundo em que a vida, e não o lucro, esteja no centro. Cada consulta, cada cirurgia e cada escola médica é um ato de resistência, um grito contra o bloqueio e um farol de esperança para toda a humanidade.

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