No dia 22 de agosto, a União da Juventude Rebelião (UJR) celebrou com um ato político, 30 anos de uma história de muita luta. O evento ocorreu na UFRJ e reuniu militantes de todo país.
Juliana Helena e Redação | Rio de Janeiro
JUVENTUDE – Fundada em 1995, após o processo de reorganização do Partido Comunista Revolucionário, a UJR nasceu com a missão de ser a organização que mobiliza, organiza e forma a juventude comunista e revolucionária para lutar pela libertação da classe trabalhadora e por um mundo socialista.
O evento do aniversário de 30 anos da organização se iniciou com uma potente apresentação da bateria, tocando o ritmo das palavras de ordem e das batidas dos corações dos camaradas presentes. Seguida por uma apresentação acústica “Hasta Siempre Comandante” tocante, entoando o nome e a memória do patrono do movimento, Ernesto Che Guevara, um modelo de novo homem e um exemplo de comunista.
No evento, Katerine Oliveira, da coordenação nacional da UJR, e Luiz Falcão, do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário iniciaram a série de intervenções. “Tenho 16 anos de União Juventude Rebelião, mas como sabemos aqui dentro, quem luta pelo Socialismo, nunca deixa de ser jovem.”, afirmou Katerine.
Uma história de lutas
Herdeira dos jovens que lutaram contra a Ditadura Militar Fascista de 1964, que deram suas vidas pela liberdade do povo brasileiro e pela emancipação da classe trabalhadora, a UJR carrega uma história de luta e de vitórias.
Desde as lutas contra as privatizações do governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, a UJR tem participado das lutas do movimento estudantil e dos jovens trabalhadores. No Movimento Estudantil participa, junto com o movimento Rebele-se na UBES e o Correnteza, na UNE, do campo de oposição ao campo do imobilismo.
Nestes 30 anos, a organização participou das principais lutas, como as lutas por mais investimento na educação pública, pelo passe-livre estudantil, na criação de entidades estudantis em vários estados e da Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico, em 2011.
O Movimento Correnteza, Rebele-se e a FENET estiveram representados pelas falas de Thaís Rachel e Leandro Victalino, Executivos da UBES e Adriane Nunes, coordenadora geral da FENET
A UJR também foi ativa nas jornadas de junho de 2013 e na luta contra o golpe à então presidente Dilma Rousseff, em 2016. Nos últimos anos, tem sido peça chave na fundação e organização da Unidade Popular pelo Socialismo.
“Quando a UJR começou, tínhamos no máximo duas dezenas [de militantes]. Hoje, a UJR é uma força temida por toda a burguesia brasileira”, afirmou Luiz Falcão durante o ato político.
O ato contou também com uma série de atividades culturais, com poesias, rimas e música. Além disso, participaram por uma representação da Juventude Revolucionária do Equador (JRE) e Aleida Guevara, filha do herói revolucionário Che Guevara. Em nome dos militantes que passaram pelas fileiras da UJR falou Indira Xavier, da coordenação nacional do Movimento de Mulheres Olga Benario.
A luta da juventude no Brasil
E é carregando esse legado de luta que devemos olhar para a situação atual da qual a nossa juventude brasileira, não vive, mas sofre. São os jovens trabalhadores pobres os injustiçados com a precarização do sistema de ensino público brasileiro, que sabota e aliena gerações de jovens para serem trabalhadores submissos e mais facilmente explorados por esse sistema.
Quando chegam no início da vida adulta, são as principais vítimas do mercado de trabalho precário e, principalmente, da informalidade, que hoje representa mais de 40 milhões de trabalhadores em todo o território brasileiro. Quando não sofrem desde a mais breve idade com a fome, com a falta de moradia, com a violência doméstica e policial. Sob esse cenário, nossos jovens estão adoecendo e sofrem com a falta de esperança no futuro.
E a UJR tem se proposto organizar os jovens de todo o Brasil, apresentando uma nova perspectiva de mundo, organizá-lo na luta socialista e formar esse ser humano para construir e habitar a nova sociedade que queremos construir. É preciso disputar as mentes e corações dos jovens, vítimas da violência na infância e juventude, precarizados na vida escolar e – quando ingressos – também precarizados nas universidades públicas.