O Dia do Heroísmo Revolucionário é celebrado no dia 4 de setembro, o dia em que a ditadura militar tentou destruir o PCR e não conseguiu.
Clóvis Maia e Jesse Lisboa | Redação
HERÓIS DO POVO – O dia 04 de setembro é celebrado como o dia do heroísmo brasileiro. Nessa data, Manoel Lisboa de Moura, fundador do Partido Comunista Revolucionário (PCR) foi assassinado pelos agentes da ditadura militar fascista brasileira. Esta data foi transformada no Dia do Heroísmo Revolucionário, estendendo as homenagens a Emmanuel Bezerra dos Santos, Manoel Aleixo da Silva, Amaro Luiz de Carvalho e Amaro Félix Pereira, todos também dirigentes do PCR. Manoel morreu calado e sem delatar seus camaradas, honrando suas palavras um dos princípios fundamentais do PCR:
“Delação é traição, e traição é pior do que a morte”, em suas próprias palavras.
Em uma conjuntura extremamente importante, em que pela primeira vez no país a cúpula das forças armadas e um ex-presidente são julgados por tentativa de golpe no país, essa atividade ocorreu com uma maior importância e simbologia.
Memória, verdade, justiça, reparação e defesa do socialismo

Em Alagoas, estado onde Manoel Lisboa nasceu e foi recebido com honras em 2003, 30 anos após seu assassinato, realizou um cine debate com o documentário “Manoel Lisboa: um comunista revolucionário” (2005) na sede da Unidade Popular em Maceió. Em Pernambuco, a militância lotou um auditório em ato de homenagem aos nossos camaradas, a atividade contou com a presença de Marcelo Santa Cruz, irmão de Fernando Santa Cruz; Amparo Araújo, fundadora do Movimento Tortura Nunca Mais em Pernambuco Edival Nunes Cajá; além de contar com a presença de Camilo Vannuchi, escritor e primo de Alexandre Vannuchi, estudante da USP, também assassinado em 1973 pela ditadura, que lançou o livro “Eu só disse o meu nome”, biografia do estudante.
Na Paraíba, o ato ocorreu na UFPB com uma exposição sobre os heróis do Partido Comunista Revolucionário, seguido de debate com o público presente sobre a conjuntura nacional. “A gente fez uma atividade para o nosso povo, para a nossa militância. Fizemos uma intervenção sobre essas questões de atualidade sobre a importância de fortalecer o Partido, afirmando a nossa ideologia política e da importância de construir o partido no dia a dia.”, destacou Rosilene, presidente estadual da Unidade Popular na Paraíba.
No Rio de Janeiro, pela primeira vez o ato aconteceu em praça pública, no Buraco do Lume, capital fluminense, onde dezenas de militantes participaram da atividade, além de várias pessoas que, vendo a atividade ocorrer, foram prestigiar e conhecer a história de Manoel Lisboa.
Já em São Paulo, a cerimônia ocorreu no cemitério de Campo Grande, Zona Sul de São Paulo, local onde os corpos de Manoel Lisboa e Emmanuel Bezerra foram enterrados como indigentes pelo regime militar. O ato foi marcado pela emoção e reafirmação da necessidade de se manter a luta. O destaque foi a presença de Luciana Dias, filha do operário Santo Dias, morto em 1979 pelo regime. Música, poesia e muita cultura marcaram todo evento.
Em Minas Gerais, o evento ocorreu no Memorial dos Direitos Humanos, bastante simbólico para a militância mineira presente. Com um ato político cultural, com a Internacional, hino mundial dos comunistas no violino e violoncelo, música e o documentário sobre os 50 anos do PCR, “Manoel Lisboa – Herói da resistência à ditadura”, do cineasta e documentarista Carlos Pronzato.