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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Palestina: o antes e depois da Nakba de 1948

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Passados dois anos dessa nova etapa do genocídio cometido contra o povo palestino, é importante resgatar a resistência desse povo, bem como a solidariedade a denúncia que sempre esteve ao lado daqueles que defendem uma sociedade verdadeiramente justa e humana, onde projetos como o do sionismo não seja justificativa para matar mulheres e crianças. 

Evelyn Dionízio| São Lourenço da Mata – PE


 

INTERNACIONAL- Em 2025 marcam 77 anos da expulsão em massa do povo árabe-palestino em 1948. A intitulada “Nakba” (catástrofe), tirou mais de 700 mil palestinos de suas casas após a criação do Estado genocida de Israel pela ONU. Essa foi a estratégia criada pelo ocidente para colonizar ilegalmente o território e promover uma limpeza étnica. Porém, a história da Palestina não começa ou termina em 48. Ainda vemos, diariamente, notícias de mulheres e crianças mortas e jornalistas sendo massacrados por Israel com as armas financiadas pelos Estados Unidos. Em outubro completou 2 anos dessa nova etapa do genocídio, dessa vez se caracterizando como o primeiro genocídio transmitido ao vivo de nossa história.

Ao contrário do esperado pelos genocidas, o povo palestino nunca se rendeu. De 1936 a 1939, a Grande Revolta Palestina foi uma rebelião contra a colonização britânica e a imigração em massa dos judeus (início da tomada de terras palestinas pelos sionistas). Theodor Herzl, fundador do chamado sionismo “moderno” (diga-se, imperialista), buscou o apoio do Reino Unido na tentativa de colonização e no seu projeto fascista de expulsão dos palestinos. As revoltas se deram principalmente na classe trabalhadora e nos camponeses, insatisfeitos com a invasão do Reino Unido e as classes que mais sofrem na mão dos impérios.

No Mandato Britânico de Jerusalém, ou seja, uma sede colonial inglesa, o Reino Unido instalou a Comissão Peel, uma investigação que propôs a partilha da Palestina Mandatária em dois estados, um árabe e outro judeu, com o objetivo de resolver o “conflito” entre as comunidades, conflito esse que o próprio Reino Unido incitou ao bombardear. A proposta foi rejeitada pela população, já que significaria ceder para os colonizadores. Por isso, a Grande Revolta Palestina tinha como objetivo a retomada dessas terras roubadas e a independência Palestina, constantemente ameaçada pela Europa.

Porém, os imperialistas reprimiram os levantes com bombardeios, além de punições coletivas, ainda hoje utilizadas pelos sionistas. Uma dessas punições foi o bombardeio a 200 edifícios na Cidade Velha de Jaffa em junho de 1936 feito pelo exército britânico. A destruição deixou centenas de feridos e mortos.

Angela Davis, ex-integrante do Partido dos Panteras Negras (partido comunista norte-americano), disse em discurso proferido em 2013 que “ficamos completamente chocados ao descobrir que a repressão ligada ao colonialismo israelense era tão evidente e flagrante”. Atualmente, esse processo de repressão se mostra quando o Estado de Israel tenta impor leis para deportar palestinos ou todos aqueles que violarem a “confiança do Estado de Israel”, tentando mascarar o caráter de apartheid que vive o povo palestino.

Marcelo Buzetto, autor do livro “A Questão Palestina – guerra política e relações internacionais”, concedeu entrevista ao Jornal A Verdade em 2016, em que já denunciava o regime sionista de segregação: “Israel construiu o muro do apartheid, com 800 quilômetros de extensão, separando as vilas e cidades palestinas.”, disse. E que

O que mais me chamou a atenção foi a unidade das famílias palestinas em torno da luta. A disposição de luta e resistência passa de geração para geração. Os avós lutaram em 1948/49, os pais lutaram contra a ocupação ocorrida na Guerra dos Seis Dias (1967) e a nova geração luta contra o território que vem sendo ocupado após os fracassados Acordos de Oslo (1993/1994), que só prolongaram o sofrimento do povo palestino.

A resistência palestina sempre existiu e existirá, com a solidariedade entre os povos de todo o mundo, pela libertação do jugo do imperialismo capitalista.

 

Nós vamos voltar, Harun Hashim Rashid*

 

Nós devemos voltar

Nenhuma barreira deve existir

Nenhum obstáculo vai nos impedir

Clamem refugiados: “Nós vamos voltar”

Digam às montanhas: “Nós vamos voltar”

Nós vamos voltar para nossa juventude

 

A Palestina nos chama para nos armar

E nós estamos armados e nós vamos lutar

 

Nós vamos voltar

 

*O poema de Rashid foi encontrado nos diários de Malcolm X após sua visita à Palestina em 1964 e traduzido livremente pela autora do texto.

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