O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) será a empresa pública responsável pela criação do Expresso V3 – o e-mail de tecnologia nacional que tem por objetivo garantir mais segurança para o governo brasileiro.
Na virada do mês, o Expresso V3 já será instalado em alguns ministérios, e até o fim de 2014 será expandido a todo o governo federal. Depois, em parceira com os Correios, pode atingir a casa de todos os brasileiros.
Segundo Marcos Mazoni, presidente do Serpro, o novo sistema é seguro por sua rede estar no Brasil – o que cria uma situação de robustez muito maior – e por ser todo baseado em software livre, o que lhe torna completamente auditável. Segundo Mazoni, o sistema americano tem o backdoor (um mecanismo que faz com que um software americano, mesmo comprado no Brasil, continue enviando informações para seu fabricante). Este backdoor, explica Mazoni, existe porque porque a legislação dos EUA manda. O Estado americano diz a todas as empresas que ele se reserva a esse direito. “É uma questão muito mais jurídica do que técnica”, afirma.
Cada vez que o Windows se conecta à internet ele envia 500k de informações: “Que 500k são esses? Quero saber”, afirma o presidente do Serpro. Para ele, isso leva também a um debate internacional: os softwares precisam obedecer à legislação de onde eles estão sendo comercializados, não só dos países de origem.
O Expresso V3, a pedido da presidência da república, deve reforçar toda a parte de criptografia na troca de mensagens. A previsão inicial de entrega era até 2014, mas devido aos escândalos de espionagem estadunidense, a presidenta quer utilizar o sistema já no próximo mês.
Glauber Ataide, diretor do SINDADOS-MG (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Informática e Processamento de Dados)