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segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

A mão da Rede Globo no esporte brasileiro

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A mão da Rede Globo no esporte brasileiroA Rede Globo de Televisão é de propriedade da família Marinho, e é uma das principais controladoras dos veículos de comunicação no Brasil. Só em 2012, a Globo teve um lucro de R$ 3 bilhões, e está entre as 50 maiores empresas do Brasil (Revista Exame, 2012).

A Rede Globo também tem o monopólio das transmissões esportivas no Brasil, principalmente do Campeonato Brasileiro de Futebol, além de já ter comprado os direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2018 e 2022. Mas não para por aí. Além de a Globo ter esse poderoso mecanismo de manipulação da opinião pública, ao longo do tempo, tem interferido diretamente nas estruturas desportivas no Brasil.

As denúncias variam desde mudanças das tabelas de jogos de acordo com sua grade de programação até a mudança de horários do início dos jogos. O jogador de futebol Alex, do Coritiba, em entrevista ao Lance, disse “que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não tem uma interferência tão grande, ela cuida mais da Seleção Brasileira. Quem cuida do futebol brasileiro é a Globo”, para o atleta, a emissora prejudica o futebol impondo horários ao público que trabalha. Os jogos durante a semana (quartas-feiras) só começam às 22h, depois da novela, ou seja, ela determina quais os horários que os jogos poderão começar para não atrapalhar sua “rica” programação instrutiva. Ainda na entrevista, o jogador disse que “um dos motivos dos estádios brasileiros estarem vazios é porque as pessoas vão assistir aos jogos às 22h, aí voltam para casa à meia noite, para trabalhar cedo no dia seguinte. Não podemos esperar o último beijo da novela para começar o jogo”.

Agora é a vez do vôlei

Com o intuito de diminuir o tempo de jogo e não prejudicar a grade de programação, a Rede Globo, também “dona” dos direitos de transmissão do vôlei brasileiro, encaminhou um pedido de redução do número de pontos disputados em cada set à Federação Internacional de Voleibol (FIBV), presidida por Ary Graça, “ex-dono”, quer dizer, ex-mandatário da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e com forte relação com os monopólios midiáticos. Questionado por jogadores e treinadores, o mandatário disse que não iria contra a exigência da TV, e aceitou o pedido de redução do número de pontos disputados em cada set, que era de 25, e passou a ser de 21 pontos. Na Itália e na Rússia, principais campeonatos de vôlei do mundo, a solicitação da FIVB não foi atendida, e os sets são jogados em 25 pontos. O Brasil, porém, é uma exceção, graças ao poder e principalmente à necessidade de adequar as modalidades esportivas aos interesses da Globo.

Até quando vamos ficar reféns aos mandos e desmandos da Rede Globo?! O esporte não pode servir também como fonte de lucro dos monopólios midiáticos. O esporte deve ser parte integrante e inseparável da educação do ser humano, e não servir como fonte de riqueza de alguns punhados de capitalista.

Rodrigo Rafael, presidente do Sindicato Têxtil de Ipojuca – PE e militante do MLC

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