A operação lava-jato é uma investigação da Polícia Federal que está em curso desde março deste ano para punir a quadrilha que, através do pagamento de propinas, viciou contratos e licitações da Petrobrás, beneficiando empreiteiras que prestam serviço para a petroleira. São peças-chave nessa investigação o ex-diretor executivo da empresa, Paulo Roberto Costa, preso em março, e o doleiro Alberto Youssef. Ambos estão tentando diminuir suas penas através do sistema de delação premiada.
Durante as eleições, a mídia dos monopólios tentou influenciar a opinião pública divulgando de maneira seletiva o envolvimento de políticos no recebimento de propinas sobre os contratos das empresas. A intenção era enfraquecer o governo e fortalecer o candidato da direita nas eleições, mas o tiro saiu pela culatra quando ficou claro que políticos de todos os principais partidos, inclusive do PSDB, estavam envolvidos no recebimento ilegal de milhões de reais.
Com o seguimento das investigações, a face mais importante da corrupção acaba de ser revelada, e é exatamente a face que a grande mídia se esforça em esconder. No congresso, as cúpulas dos principais partidos fizeram um grande acordo para abafar as investigações, percebendo que o envolvimento afetava a todos.
Os verdadeiros beneficiados com a corrupção são os corruptores, ou seja, os capitalistas que também são chamados de executivos. São eles quem pagam a propina para verem suas empresas beneficiadas em contratos e licitações. Os nomes dos corruptores e de suas empresas dificilmente são destacados nas matérias da televisão. Os políticos e seus testas-de-ferro que recebem a propina para beneficiar as empreiteiras não passam de marionetes nas mãos desses corruptores.
Na manhã dessa sexta-feira, 14, a Polícia Federal começou a cumprir 85 mandatos de prisão e de busca e apreensão contra os corruptores da Petrobrás, verdadeiros beneficiados com o esquema. A lista de presos e de empresas envolvidas revela que grande parte do PIB nacional está ligado à corrupção, e que as empreiteiras que mais fazem doações aos partidos nas eleições são, também, as mais corruptas.
Uma dessas empreiteiras é a OAS, empreiteira ligada aos interesses da família Magalhães da Bahia. Seis de seus diretores executivos e funcionários tiveram prisão decretada hoje, entre eles, seu presidente, José Aldemário Pinheiro Filho.
A Camargo Corrêa também teve seu presidente, Dalton dos Santos Avancini, com prisão decretada, assim como o presidente do Conselho de Administração, João Ricardo Auler, além do seu vice-presidente.
A Queiroz Galvão teve a prisão de seu diretor-presidente decretada, Idelfonso Colares Filho, assim como de seu diretor de assuntos comerciais.
As empreiteiras UTC e Engefix tiveram 6 de seus diretores executivos com prisão decretada. Diretores da IESA Óleo e Gás, empreiteira Mendes Júnior, Oderbrecht e Galvão Engenharia também estão envolvidos.
A operação lava-jato é mais uma comprovação que a corrupção está na própria raiz do sistema capitalista, do financiamento privado de campanhas eleitorais e na relação promíscua entre o interesse público e o lucro privado.
Jorge Batista, São Paulo