Bancários derrotam intransigência de banqueiros

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No dia 27 de setembro, os bancários, sob a direção da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), decretaram greve após rejeitar a proposta de 8% de reajuste apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) – entidade patronal. A categoria exigia 12,8%, piso de R$ 2.297,51, participação nos lucros e resultados (PLR) de três salários mais R$ 4.500, mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança nos bancos etc.

Apesar do exorbitante lucro de R$ 25,9 bilhões dos banqueiros, só no primeiro semestre deste ano, o que é oferecido aos trabalhadores é precarização e assédio moral. Esses trabalhadores sofrem com metas abusivas que causam doenças físicas e mentais. Como se não bastasse, os banqueiros introduziram uma alta rotatividade dos funcionários, o que diminui em 38,39% os salários dos bancários, segundo o Dieese. Além disso, essa prática vai de encontro à Convenção 158 da OIT, que defende a estabilidade no emprego.

A greve durou 18 dias e várias conquistas foram obtidas: reajuste de 9% (1,5% de aumento real) e valorização do piso em 12%; a parte fixa da regra básica da PLR subiu 27,18%. Outra conquista importante foi o pagamento de todos os dias parados, o que frustrou os banqueiros, que tentaram colocar a greve na ilegalidade.

 “Foi a força da nossa greve que garantiu uma boa proposta de acordo com os bancos. Os bancários e bancárias estão de parabéns pela disposição de luta. Construímos a maior greve dos últimos 20 anos e conquistamos as nossas principais reivindicações. Garantimos aumento real de salário pelo oitavo ano consecutivo, valorização da PLR e do piso e avanços nas cláusulas de segurança e saúde”, afirmou  Jaqueline Mello, presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, na assembleia que aprovou o fim da greve.

Desde o início da greve, o Movimento Luta de Classes (MLC) esteve presente ao lado dos trabalhadores realizando brigadas de A Verdade e defendendo os direitos dos trabalhadores e a importância da união da categoria.

Ivson Nunes, Recife