Falar de Valdete não é fácil, pois se trata de uma pessoa simples que, durante toda sua vida, precisou lutar para manter sua família. De origem humilde, cresceu na periferia de Natal e não teve acesso à educação. Não era diferente das outras donas de casa dos bairros pobres, até 2004, quando passou a lutar por seus direitos. Ingressou nas fileiras do Partido Comunista Revolucionário (PCR) e na linha de frente sua presença era sentida.
Mulher de pulso forte, enfrentou de cabeça erguida vários jagunços e muitos homens machistas. Aprendeu que ninguém nasce escravo, mas vivem prisioneiros do capitalismo. Este nunca lhe proporcionou educação, casa ou saúde. Teve que arrancar na marra tudo o que o Estado não garantiu. Esteve pouco tempo entre nós, mas enchia de orgulho aqueles que a conheciam. Há cinco anos, nos deixou, mas continua viva e comemoramos sua vida nas lutas do povo, das mulheres e dos trabalhadores. Por isso, peço licença para o que vou dizer:
Por ser militante comunista revolucionária, fiel e combativa, o capitalista sempre a temeu. Por sua luta incansável tem seu nome citado entre os nomes daqueles que dedicaram suas vidas à libertação do povo da exploração. Seu nome é Valdete Guerra, ela é do Partido Comunista Revolucionário.
Marcos Ribeiro, Natal