Ato “Mulheres contra o fascismo” é o maior da história de Passo Fundo

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Nos últimos anos, as mulheres têm sido o carro-chefe nas grandes lutas contra os retrocessos e por avanços sociais. Derrubamos Eduardo Cunha, nos organizamos para defender a descriminalização do aborto, defendemos a greve geral de mulheres no 8 de março e, no último dia 29 de setembro, fomos protagonistas mais uma vez: estivemos à frente das mobilizações contra o avanço do fascismo, personalizado na figura de Bolsonaro, que aconteceram em todo o Brasil e em outras partes do mundo.

Em Passo Fundo, o Movimento de Mulheres Olga Benario, integrando uma frente organizada por mulheres de toda a região, realizou o maior ato da história de Passo Fundo, cidade localizada no norte do Rio Grande do Sul. A multidão ocupou as ruas do centro da cidade, marchando desde a Praça do Teixeirinha até a Esquina Democrática, onde deu-se o ato de todas e todos que afirmavam “Ele Não!”. “Nós, do Movimento de Mulheres Olga Benario, estamos há tempos nas ruas porque só a força das mulheres vai derrotar o fascismo. A gente derrubou Eduardo Cunha, assim como a gente vai derrubar o Bolsonaro. A cara da revolução vai ser de uma mulher”, afirmou Amanda Bitencourt, militante do Movimento de Mulheres Olga Benario.

A cada crise do sistema capitalista, e conforme o avanço do fascismo, as mulheres são as primeiras a terem seus direitos roubados. Somos as primeiras a perderem os empregos, a violência contra a mulher aumenta, assim como o feminicídio. O fascismo matou diversas mulheres ao longo da história, a exemplo das irmãs Mirabal, Olga Benario, Elenira Rezende e, mais recentemente, Marielle Franco. Segundo Thainá Battesini, militante da Unidade Popular, “as mulheres conseguiram construir uma verdadeira unidade de ação da esquerda, dos movimentos sociais, para travar uma luta que, até então, se falava muito principalmente nas redes sociais, mas elas conseguiram levar isso para além das redes sociais. Mais uma vez, os movimentos de mulheres mostraram qual é a saída para as mudanças e para luta em geral”.

Bolsonaro deve ser derrotado no dia 7 de outubro, porém a luta contra o fascismo não termina nas eleições. Devemos ampliar nossas mobilizações nos bairros, universidades, escolas e locais de trabalho. Somente a organização das trabalhadoras e trabalhadores, das mulheres, da juventude, será capaz de destruir esse sistema que nos mata todos os dias.

Redação RS