TRT negou a redução do piso e ainda concedeu aumento de 3%
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Após nove dias de greve, os/as jornalistas de Alagoas impuseram uma grande derrota aos patrões, donos das emissoras de televisão afiliadas à Globo, SBT e Record, que queriam reduzir o piso da categoria em 40%.
A força da greve, com grande mobilização e adesão de 90% nas redações, ganhou a opinião pública e o voto favorável do pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região no julgamento do dissídio, realizado na manhã desta quarta-feira (3).
Em parecer unânime, os/as desembargadores não apenas negaram a redução do piso como reajustaram o seu valor em 3%. Além disso, ficou garantido o pagamento integral dos dias paralisados e o salário dos próximos 90 dias após a publicação do dissídio.
A decisão do TRT foi bastante comemorada pela categoria e entendida como resultado da mais expressiva greve da história dos jornalistas de Alagoas. Foram nove intensos dias de mobilização, com piquetes em frente às três emissoras, ações de rua, passeatas e assembleias reunindo todas elas pelo menos 150 profissionais.
A greve também esteve nas redes sociais. Algumas hashtags (#GreveDosJornalistas #QuemPagafazAoVivo #Lutecomoumjornalista #jornalismodesegunda) chegaram a ficar no topo dos assuntos mais comentados do twitter no Brasil, sendo apoiadas por personalidades até em outros países.
“Foram nove dias de greve, em 1979, quando conquistamos o nosso piso e nove dias de greve agora, confirmando o nosso piso. A vitória maior veio da nossa garra. Demonstramos que temos força e que unidos não seremos vencidos”, disse Izaias Barbosa, presidente do Sindjornal, em discurso diante de centenas de jornalistas, estudantes e outros trabalhadores que esperavam o resultado da audiência em frente ao TRT.
Com a decisão favorável, a categoria decidiu pôr fim à greve. Na avaliação do repórter Thiago Correia, essa luta foi vitoriosa por barrar abrir um precedente para redução salarial para outras categorias, após a reforma trabalhista.
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“Uma decisão judicial aqui ia representar uma perda história não só para os jornalistas. Porque se passe para os jornalistas ia estender para outras classes, para os outros Estados. E a gente conseguiu, principalmente, porque cada um de vocês decidiu parar e exigir respeito” disse o líder sindical.
Para Correia, apesar da vitória é preciso acompanhar os desdobramentos da greve. “Essa é uma vitória inicial. A gente tem que comemorar, mas a guerra continua na esfera federal (TST) e nas redações. Demissão sumária pós-greve é ato antissindical e se isso acontecer o sindicato vai tá em cima. Vamos voltar para as redações com a cabeça erguida”, completou.
Na avaliação da jornalista Lenilda Luna, coordenadora estadual do Movimento Luta de Classes e da Unidade Popular, é na greve que a classe trabalhadora mostra sua força contra retrocessos. “Nesse momento de crise, em que os patrões querem tirar direitos e conquistas históricas dos trabalhadores, não há outra saída que não seja a luta. E a greve dos jornalistas demonstrou como se faz mobilização e a sua importância. Precisamos espalhar esse exemple de luta e resistência para todo o Brasil”, disse Lenilda.
Redação Alagoas