UP lança a jornalista Lenilda Luna como pré-candidata em Maceió

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Reunidos em plenária aberta no primeiro dia do mês de fevereiro deste ano, os militantes da Unidade Popular decidiram indicar, ao Diretório Nacional do partido, o nome de Lenilda Luna como pré-candidata à prefeitura de Maceió. A UP é o mais novo partido registrado no Brasil e chega nessas eleições apresentando um programa socialista, contra o fascismo e pela derrubada do governo Bolsonaro.

Queops Damasceno


FOTO: JORNAL A VERDADE

MACEIÓ – A capital alagoana foi a primeira a ter indicação de pré-candidatura do partido, seguida da indicação de outra mulher, Priscila Voigt, também militante dos movimentos sociais, como pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre. Em março serão divulgados outros nomes país afora.

Lenilda é jornalista, pedagoga e radialista. Na imprensa alagoana, cobriu casos emblemáticos como a morte de PC Farias e Suzana Marcolino (1996), o assassinato de Silvio Viana, tributarista que ousou denunciar o favorecimento do Estado aos poderosos usineiros alagoanos (1997), a prisão da Gangue Fardada (1997) que foi o desbaratamento de um grupo criminoso formado por policiais militares e civis, entre outros.

Como educadora, trabalhou para o Centro de Educação e Cultura do trabalhador rural (Centru), fundado por Manoel da Conceição, líder das Ligas Camponesas (1988-1990) e foi educadora sindical da CUT na região cacaueira da Bahia. 

Quando volta para Maceió, em 1994, se torna assessora da Secretaria Municipal de Educação de Maceió, na gestão PSB/PT e é responsável pela implantação da gestão democrática, bem como pela primeira eleição direta para diretores escolares.

Sua aproximação com a Unidade Popular aconteceu no final de 2014, quando das coletas de assinaturas para a obtenção do registro do partido. Desde então, Lenilda milita no Movimento de Mulheres Olga Benário e no Movimento Luta de Classes. 

A VERDADE: Como está atualmente o processo de construção da UP?

LENILDA: Em Alagoas, a UP está crescendo principalmente em Maceió. O lançamento da nossa pré-candidatura empolgou pessoas que não se sentem contempladas pela política de conciliação de classes e querem uma alternativa dos trabalhadores e trabalhadoras no cenário político da região. 

A VERDADE: Em quais lutas a UP está envolvida nesse momento?

LENILDA: São várias as lutas da classe trabalhadora, por moradia, creche, melhores condições de trabalho, contra as privatizações, em defesa da Educação e da Saúde pública de qualidade, contra o genocídio dos Jovens negros, contra o racismo, contra a lgbtfobia e pelo direito das mulheres.

A VERDADE: O que a UP defende pra Maceió?

LENILDA: Maceió precisa de uma presença do poder público pautada nos interesses populares. Existe déficit habitacional, baixo índice de saneamento, faltam creches nas periferias, as escolas de ensino fundamental não são suficientes para os bairros periféricos. 

Não pode chover, porque as águas não escoam. Um sério problema de drenagem, além do risco de ligações clandestinas de esgoto nas galerias pluviais 

O transporte urbano é insuficiente para a população trabalhadora que se desloca pela cidade em ônibus lotados. Andar de bicicleta pelo acostamento das grandes avenidas é um risco constante, porque a quantidade de ciclovias é ínfima. 

Defendemos um orçamento e planejamento de gastos discutidos com a população, indicando as prioridades para cada região administrativa. 

FOTO: JORNAL A VERDADE

A VERDADE: Como a UP chegou ao seu nome como pré-candidata?

LENILDA: Foi um debate amadurecido entre companheiros e companheiras experimentados na luta e na organização popular. Sinto-me honrada pela confiança do coletivo para assumir essa tarefa.

A VERDADE: Por fim, o que mais você gostaria de falar para os nosso leitores?

LENILDA: A UP é um partido que aposta na organização do povo. Não temos salvadores da pátria, heróis ou iluminados, mas pessoas dispostas a construir juntas uma sociedade mais justa e igualitária.