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sábado, 21 de dezembro de 2024

O sistema capitalista não atende as necessidades do povo pobre

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Aqueles que lutam contra este sistema são muitas vezes contestados com frases que apontam a impossibilidade da destruição do capitalismo e tratam a construção de um governo popular como um idealismo. No entanto, o sistema capitalista aponta diariamente suas fragilidades. Cada vez fica mais clara a necessidade de uma alternativa do povo e a possibilidade real da construção de um governo popular que represente de fato a maioria da nossa sociedade, a classe trabalhadora.

Daniela de Oliveira Paiva
 Diretora da UEE-MG pelo Movimento Correnteza e Militante da UJR


Foto: José Cruz / Agência Brasil

Temos vários exemplos de descaso com o povo do nosso país, que vale lembrar que são: os pobres, negros, as trabalhadoras e os trabalhadores. Podemos citar grandes acontecimentos como o rompimento de barragens nas cidades de Brumadinho e Mariana em 2019, onde a empresa Vale ocasionou centenas de mortes ao colocar o lucro de seus acionistas acima da vida do povo pobre. Podemos citar também as enchentes mataram mais de 55 pessoas no começo deste ano em Minas Gerais, onde a culpa das mortes foi colocada na chuva pelos governantes do Estado, apesar de sabermos que a culpa é da falta de estrutura básica para os pobres, que é negada ano após ano por estes mesmos governantes. 

Nenhum destes desastres causados pela sede de lucro dos capitalistas e dos governantes teve alguma providência e os culpados continuam livres, lucrando e colocando a vida do povo brasileiro em risco.

Agora em março de 2020, com a chegada de um novo vírus, o Coronavírus (Covid-19), todos os cidadãos receberam a recomendação de não sair de casa pelo bem da saúde individual e nacional. Porém, novamente são os mais pobres que pagam o pato. Enquanto algumas empresas dispensam seus funcionários e parte dos brasileiros estoca alimentos para a quarentena, a parte mais pobre da população, não consegue estocar comida e segue tendo que trabalhar, situação agravada pela Reforma Trabalhista aprovada em 2018, que gerou uma precarização ainda maior do trabalho e uma grande quantidade de trabalhadores informais, que só recebem quando trabalham e milhares de desempregados. 

Não podendo respeitar a quarentena indicada milhares de trabalhadores continuam saindo de suas casas para garantir o sustento de suas famílias, se colocando em risco pela necessidade de matar a fome e pagar as contas que não param de chegar. A situação se mostra ainda mais grave quando lembramos que, segundo o Instituto Trata Brasil, 35 milhões de brasileiros não possuem acesso à água potável, quase 100 milhões não possuem coleta de esgoto e, segundo o IPEA, mais de 100 mil pessoas vivem em situação de rua no país.

Ao mesmo tempo, o Brasil tem na sua presidência Jair Bolsonaro, que mesmo tendo a opção de ficar em isolamento, incentiva seus eleitores a se aglomerarem e cumprimenta seus apoiadores, contrariando indicações básicas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, Bolsonaro defende a privatização do Sistema único de Saúde (SUS), tratando a saúde dos brasileiros como uma mercadoria que pode ser especulada por grandes conglomerados de empresas que dirigem os planos de saúde privados e financiam a campanha de boa parte dos políticos eleitos no Brasil.

Enquanto Bolsonaro não executa seu programa de privatizações, o SUS segue desempenhando papel fundamental na vida da população, sendo fundamental durante a epidemia do coronavírus e servindo como um instrumento indispensável para saúde pública.

No entanto, é possível percebermos que mesmo com o grande descaso com  os verdadeiros responsáveis por sustentar nosso país, o povo. Alguns dos exemplos recentes da força do povo brasileiro foram greve geral de 2017 contra as reformas das leis trabalhistas, que teve adesão de 40 milhões de pessoas, diminuindo a circulação de capital das grandes empresas; assim como a greve dos caminhoneiros em 2018 que parou o país por 9 dias e deu grandes prejuízos às grandes empresas e até mesmo o dia 18 de março, que mesmo com a suspensão das manifestações de rua por conta do coronavírus, mobilizou o povo para fazer o barulhaço nacional nas janelas de casa em defesa da educação, do SUS e de todos os serviços públicos, a favor da revogação da PEC 95, do teto de gastos, para liberação de investimento na saúde pública. Dessa forma, mostramos a importância de se organizar e a força do poder popular.

Fora Bolsonaro! 

Por um governo popular!

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