Por Ricardo Senese
A empresa Guima Conseco, prestadora de serviços de limpeza, asseio e conservação, demitiu mais de 100 auxiliares de limpeza que trabalhavam nas estações da Linha 3 do Metrô.
Muitas destas demissões foram realizadas aplicando Justa Causa. Muitas alegações do empregador é relativo a “excesso de afastamento por licenças médicas”, atrasos e ausências.
Ao aplicar a Justa Causa, a GUIMA evita pagar os direitos que é obrigada ao demitir, aumentando seus lucros em meio a pandemia.
Estas demissões não são justas. Além de imorais [quando não são ilegais], não consideram que a equipe de limpeza do Metrô realiza um serviço pesado de forma extremamente disciplinada, rigorosa e qualificada, recebendo um salário de R$ 1201,30 por mês.
[O próprio Metrô, através de seu canal no YouTube, divulgou uma série de vídeos em homenagem aos eficientes e qualificados trabalhadores e trabalhadoras da limpeza, destacando sua importância nesse momento
https://youtu.be/GVv6Pv3lypg]
Estas demissões também são absurdas, porque o Metrô é um dos locais de alto risco de contaminação da população.
Ao invés de demitir, as empresas deveriam contratar mais funcionários e os valorizar, aumentando os salários, proporcionando melhores condições para um bom combate ao vírus no transporte público.
O Governador João Dória anunciou, no início da pandemia, que aumentaria a limpeza nos transportes públicos como forma de diminuir o risco de contaminação. Contudo, apesar de falar todos os dias na televisão, não se manifestou sobre estas demissões.
A maioria do povo paulista não votou em João Dória, e, a cada dia, aumenta a indignação com ele, pois se revela um contador de mentiras profissional, apoiado pelas grandes mídias.
A gestão do Metrô de São Paulo que, por sua vez, contratou a GUIMA, pouco faz para fiscalizar os abusos e desrespeito para com seus empregado(a)s terceirizado(a)s.
O Metrô sequer investigou o porque a empresa GUIMA esperou a Pandemia para demitir tanta gente descompromissada com o trabalho.
Na verdade, os capitalistas, ricos, donos da GUIMA que não limpam nem sua própria casa, aproveitaram para aumentar seus lucros!
Se não bastasse as demissões, a GUIMA segue atacando quem está trabalhando, diminuindo o valor agregado da cesta básica de R$ 110,00 para R$ 60,00, condenando quem trabalha na limpeza a comer menos num período em que a imunidade deveria ser preservada e apoiada.
A indignação dos trabalhadores e trabalhadoras da limpeza do Metrô é grande, e a cada dia debatem uma saída para sua situação.
Sem dúvidas, é uma questão de tempo para se organizarem e lutarem por seus direitos e por dignidade.
Nesta luta, recebem reconhecimento por seu excelente trabalho, apoio e solidariedade de seus amigos e colegas de trabalho metroviários, bem como de toda a classe trabalhadora do Brasil.
Ricardo Senese é diretor do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do MLC