Em 2020, governo federal gastou mais de R$ 1,8 bilhão de reais na compra de alimentos que vão de alfafa à chantilly, passando por uva-passa, chiclete, bacon defumado e leite condensado. Com este valor daria para comprar 18 milhões de cestas básicas no valor de 100 reais para alimentar as famílias pobres durante a pandemia.
Por Heron Barroso
Rio de Janeiro
BRASIL – Levantamento do site Metrópoles, com base em informações disponibilizadas pelo Ministério da Economia, revelou que o Governo Federal gastou em 2020, em plena pandemia, mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos e bebidas para os órgãos da administração federal. Entre os itens consumidos estão biscoitos, sorvete, massa de pastel, leite condensado, chiclete, geleia de mocotó, picolé, pão de queijo, pizza, vinho, bombom, chantilly, alfafa e temperos.
Apenas com chicletes, foram torrados R$ 2.203,681 milhões. Dividido por 365 dias, é o equivalente a 6 mil reais por dia em chicletes, R$ 250,00 por hora!
Tem mais. R$ 32,7 milhões foram sacados dos cofres público para a compra de pizza e refrigerante, R$ 6,1 milhões em frutos do mar, R$ 7,1 milhões em bacon defumado e R$ 123,2 milhões em sorvete, picolé, fruta em calda, doce em tablete, cristalizado, para cobertura, granulado ou confeitado. Nada mal para quem prometeu durante a campanha eleitoral de 2018 que “acabaria com a mamata”…
Farra verde-oliva
De acordo com a pesquisa, a maior parte das compras está ligada ao Ministério da Defesa (R$ 632 milhões com alimentação). Apenas com a compra de vinhos, por exemplo, os militares gastaram mais de R$ 2,5 milhões.
Em nota, o comando das Forças Armadas disse que as despesas foram para “promover a saúde do seu efetivo” (cerca de 370 mil pessoas) “por meio de uma dieta balanceada diária”. Segundo os generais, o Estatuto dos Militares (Lei nº 6.880/80) determina que “a alimentação é direito assegurado ao militar”.
Ora, mas por que é apenas aos militares que a alimentação é um direito? E as milhões de famílias trabalhadoras que se viram sem um prato de comida durante a pandemia? E os brasileiros que deixaram de comprar alimentos devido à alta dos preços nos supermercados?
No Brasil, em tese, existe uma lei que é superior ao Estatuto dos Militares: chama-se Constituição Federal. Ela não costuma ser muito respeitada pelo atual governo e pelas Forças Armadas, mas nela está assegurada ao conjunto da população o direito à alimentação, trabalho, saúde, moradia e educação. Porém, como sabemos, boa parte do povo brasileiro não é atendida pelo Estado em seus direitos sociais constitucionais.
De fato, segundo o IBGE, o Brasil tem quase 52 milhões de pessoas na pobreza e 13 milhões na extrema pobreza. Essas pessoas tiveram o auxílio emergencial cortado pelo governo Bolsonaro em dezembro e encontram-se agora desamparadas. Enquanto isso, o ex-capitão esbanja nosso dinheiro com biscoitos, sorvete, leite condensado, geleia de mocotó, picolé, vinhos, bombons e chantilly.
Resta saber se essa farra com os recursos públicos em plena pandemia e crise econômica será investigada e punida. É necessário uma profunda auditoria para esclarecer se houve superfaturamento, desvio de verbas e se essas compras eram mesmo imprescindíveis ou se trata de mais um caso escandaloso de corrupção do governo militar do fascista Bolsonaro e seus generais.
O povo brasileiro não suporta mais a incompetência, a indiferença e a crueldade de Bolsonaro.