A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma bactéria que é transmitida através das vias respiratórias. Apesar de ser altamente contagiosa, nem todas as pessoas que entram em contato com o bacilo desenvolvem a doença.
Uma das patologias transmissíveis mais antigas que se tem conhecimento, com relatos de casos desde os anos antes de Cristo, a hanseníase ainda ocupa um lugar de destaque no sistema de vigilância de saúde no país. Dados lançados pelo Ministério da Saúde no início do ano apontam uma redução de 15% na incidência da patologia no país. Porém, o Brasil ainda aparece em segundo lugar no ranking dos países com o maior número de casos novos de hanseníase no mundo, perdendo apenas para a Índia.
Sua alta incidência pode ser relacionada às baixas condições de vida e moradia da população, por sua transmissão ser facilitada em ambientes com saneamento básico precário, residências com grande concentração de moradores e pessoas com sistema imunológico deficiente, decorrente de alimentação inadequada.
O difícil acesso da população ao sistema de saúde e o despreparo profissional em reconhecer a doença em seu início, dificultam a detecção precoce da hanseníase, importante para a cura e menor probabilidade de lesões incapacitantes. Além disso, apesar de a medicação ser oferecida de maneira gratuita pelo SUS, ainda é alto o índice de abandono do tratamento, que tem duração média de 6 a 12 meses.
Vale destacar que os números de casos novos detectados não mostram a realidade brasileira, visto que a doença ainda é subnotificada. “Esses números são a ponta de um iceberg, porque não incluem a endemia oculta, os doentes não diagnosticados e aqueles que abandonaram o tratamento”, disse Leontina da Conceição Margarido, do Núcleo Multidisciplinar de Hansenologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Os sinais da hanseníase incluem manchas brancas ou avermelhadas na pele geralmente com perda de sensibilidade e alteração da sudorese; sensação de formigamento ou dormência nas extremidades do corpo (mãos e pés); e diminuição da força muscular.
Ludmila Outtes, Recife